XVI ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA DO CEARÁ

HISTÓRIA PÚBLICA E DEMOCRACIA

24 a 27 de julho de 2018

INFORMAÇÕES SOBRE AS INSCRIÇÕES

ATENÇÃO

Informações sobre inscrição de proponente de Simpósio Temático, proponente de mini curso, inscrição em ST e mini curso, envio de trabalhos completos na aba "evento" no menu deste site

Inicialmente deve-se fazer a inscrição pelo site www.uece.br/eventos/eehce2018, aba "inscrições" e ícone "realizar inscrição". Preencha os dados e clique em "confirmar dados". Em seguida deve ser escolhida a sua participação no evento como ouvinte ou apresentador de trabalho. Escolhida a opção sua inscrição será confirmada pela organização depois de enviado o comprovante de pagamento conforme orientações abaixo.

Devem ser obedecidas  as seguintes datas:

INSCRIÇÕES PARA PROPOSTA DE ST's E MINI-CURSOS: até 26 de março. ---- PRORROGADO ATÉ 01 DE ABRIL (DIVULGADO)

RESULTADO DA APROVAÇÃO DOS ST's E MINI CURSOS : até 02 de abril. ---- CORRIGIDO PARA 04 DE ABRIL (DIVULGADO)

INSCRIÇÕES PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHO: 05 de abril a  21 de maio. ---- ATÉ 05 DE JUNHO (FINALIZADO)

RESULTADO DA APROVAÇÃO DOS TRABALHOS: VIA EMAIL ATÉ O DIA 16 DE JUNHO. (FINALIZADO)

ENVIO DO TEXTO COMPLETO: DIA 06 DE AGOSTO DIA 31 DE AGOSTO (ÚLTIMA PRORROGAÇÃO!)

INSCRIÇÕES DE OUVINTES: DE 12 DE FEVEREIRO A 16 DE JULHO.

 

ATENÇÃO

REABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA OUVINTES

APENAS MAIS 35 VAGAS DISPONÍVEIS

DATA LIMITE: 23/07

 

INSCRIÇÕES DE MINI CURSO: 02 de abril a 16 de julho.

 

*****NOVO*****

SOLICITAÇÃO DE VAGAS EM ALOJAMENTO NA UFC (QUADRA DO CÉU): DE 11 DE ABRIL A 11 DE JUNHO.

PRORROGADO

30 DE JUNHO DE 2018

(Conferir condições na aba Downloads).

 

VALORES DAS INSCRIÇÕES:

Participante/Atividade

Inscrição no evento

 

Profissional sócio (historiador, professor  do ensino superior,alunos de pós-graduação)

R$ 100,00

 

 

Profissional não sócio

 

 

R$ 360,00

 

Professor de história da educação básica associado à ANPUH

Professor de história da educação básica associado à ANPUH com apresentação de trabalho

50,00

 

 50,00

 

Estudante de graduação

R$ 50,00


Esses valores devem ser depositados  no Banco do Brasil: AG 3472-X, CC 57.075-3, em nome de Associação Nacional de História - Seção Ceará. CNPJ 23.533.584/0001-66.

Feito o pagamento, através de depósito ou transferência, deve-se enviar o comprovante escaneado para o e-mail:  anpuhceara@gmail.com  com nome completo do depositante e e a identificação no assunto: pagamento eehce2018. Feito isso, o inscrito aguarda a sua liberação no sistema para realizar a inscrição  como ouvinte, apresentador de trabalho e mini-cursos através da aba "Realizar Login" no menu deste site. 

Todos os insccritos terão direito a assistir a todas as mesas-redondas e conferências, bem como escolher mini-cursos e apresentar trabalhos.

LISTA DOS ST's APROVADOS

ST 01

Epistemologias africanas e diaspóricas: por um conhecimento público e democrático

 

Profª. Drª. Larissa Oliveira e Gabarra (UNILAB)

Prof. Dr. Franck Ribard (UFC)

Prof. Dr. Marcos Dias Coelho (UNILAB)

 

Desde as independências africanas na década de 1960, a História da África vem crescendo como um campo de estudos específico, desmistificando a ideia de que a História do continente começou com a chegada dos europeus. No Brasil, esse campo de estudos se constitui em 1959, com a criação do primeiro Centro de Estudos Afro-Orientais - CEAO /UFBA, seguido pelo Centro de Estudos Africano - CEA/USP e pelo Centro de Estudos Afro-Asiáticos na Universidade Candido Mendes no Rio de Janeiro. Além disso, em consonância com os movimentos de emancipação dos países africanos, se intensificaram as críticas à produção de uma História Africana e Afro-brasileira contada sem considerar o agenciamento dos africanos e de seus descendentes. Por este motivo, novas abordagens ganharam espaço na historiografia da África e da escravidão nas América, entre as quais podemos ressaltar, the subartens studies, os estudos pós-coloniais e decoloniais, inaugurado na década de 1980 com a obra de Eduardo Said "O orientalismo". A construção de uma perspectiva de compreensão dos saberes produzidos no Sul Global, pensados e elaborados a partir dos lugares e funções sociais que os protagonistas das práticas desses saberes ocupam na América latina, na África, na Índia ou Ásia é o sentido que buscamos fortalecer na proposta desse Simpósio Temático. Nesse sentido, estamos propondo pensar as epistemologias africanas e da diáspora africana como um campo de estudos que democratiza o conhecimento, na medida em que desconstrói a hierarquização do conhecimento científico. Nesse momento de exceção do Estado Brasileiro, faz-se importante lembrar que em 2001, em Durban, na África do Sul, durante a Conferência Mundial pelos Diretos Humanos e pelo fim do Racismo, o governo brasileiro se comprometeu com o tema sobre africanos. Em 2003, a promulgação da Lei 10.639 foi uma vitória do MNU, mas também de outros movimentos sociais de base e da própria academia, que passou a exigir uma revisão da historiografia conservadora que ignorava a História da África como parte da História Universal, ou melhor, da Humanidade. Junto com as ações afirmativas, a Lei trouxe tanto uma nova perspectiva para o Ensino de História da África no Brasil e no Mundo, como também para as pesquisas cientificas na área, possibilitando a divulgação dos conhecimentos de matriz africana a uma dimensão pública, que finda por democratizar esse debate das hierarquizações sociais, para além da hierarquização do conhecimento.  Nesse sentido, é ímpar o debate acadêmico que exponha as experiências de pesquisa, ensino e extensão na área de conhecimento de História da África e da Diáspora africana

ST 02

O conflito racial, a branquitude e as violências contra a diáspora negra no Atlântico Sul

 

Prof. Dr. Lourenço C. Cardoso (UNILAB)

Prof. Dr. Itacir M. Luz (UNILAB)

 

O simpósio se propõe a convergir pesquisas que articulem reflexões sobre a violência simbólica e material que atingem as populações da diáspora negra no Atlântico Sul, considerando sua incidência no trânsito do contexto colonial e pós-colonial. Ao tratarmos das questões referentes à pertença étnico-racial e suas epistemologias, também atentaremos para as articularidades e as interconexões de sua relação com outras violências relacionadas ao gênero, nacionalidade, religiosidade, orientação sexual, etc., problematizando ainda os "sujeitos" quase nunca objetos", o branco, e toda a literatura científica sobre a branquitude.

ST 03

História Social no Campo: memória, oralidade e identidade

 

Prof. Dr. Mário Martins Viana Júnior (UFC)

Prof. Dr. Samuel Carvalheira de Maupeou (UECE)

 

Este Simpósio Temático pretende reunir professores, estudantes e pesquisadores(as) interessados em temáticas relacionadas ao estudo da questão agrária em diálogo com a História Oral, a memória e a identidade. Buscam-se trabalhos preocupados em investigar, analisar e compreender relações estabelecidas no âmbito rural com foco em pesquisas sobre as populações do campo, suas culturas, economias, trabalhos, comportamentos, formas de produção, alimentação e lazer, formas de mobilização e lutas por direitos, entre outros.

O simpósio tem interesse também em recepcionar pesquisas cujo objetivo seja a análise das transformações no âmbito rural impelidas pelo Estado e suas instituições e pelo avanço das relações capitalistas no campo, sem deixar de observar os conflitos pela terra, as formas de luta e resistência, os processos migratórios, as memórias camponesas, entre outras questões que ajudem a compreender a historicidade e a diversidade dos sujeitos e suas relações no campo. A expectativa é que essa aproximação de estudiosos(as) sobre a questão agrária propicie múltiplas e variadas trocas de saberes, conhecimentos, metodologias e bibliografias; estimule e amplie consideravelmente os trabalhos de identificação, compreensão e preservação das memórias, patrimônios e acervos sobre as populações camponesas; e que dilate e amplie a História Agrária como campo de estudo e investigação.

Para o desenvolvimento deste trabalho, aproximamo-nos da História Agrária, da Geografia Agrária, dos estudos sobre memória e identidade e dos procedimentos da História Oral. Ao buscarmos mapear e registrar as diferentes memórias construídas no meio rural, estabelecemos um diálogo com D'Alessio (1998) por significarmos a memória como uma importante ferramenta para a recuperação das identidades ameaçadas. Dessa maneira, as mudanças impingidas pela modernização agrícola são tratadas aqui como formas de aceleração da história que drasticamente alteram, por um lado, a relação do indivíduo com o tempo e que, por outro lado, possuem um efeito devastador e destruidor sobre o espaço, significado como um dos principais pilares da identidade: "Perdido o espaço, a identidade vacila à medida que tempo/espaço compõem o quadro no interior do qual o sujeito se re-conhece" (D'ALESSIO, 1998: 273). No contexto assinalado, os prejuízos do espaço e do tempo diante do avanço das ações do Estado e do agronegócio podem ser observados entre os indivíduos como fragmentação, perda de identidade e ameaça à memória, materializados na destruição de suas comunidades tradicionais. Entretanto, não se trata de pensar que exista uma memória e identidade únicas passíveis de serem desveladas e devolvidas às comunidades. De acordo com Pollak (1992), se a memória é seletiva, instável, imersa em campos de disputa, um fenômeno construído historicamente (consciente e inconscientemente), ela é também "um elemento constituinte do sentimento de identidade" (POLLAK, 1992:5).

ST 04

Ditadura Militar no Brasil: múltiplas narrativas

 

Profa. Dra. Valéria Aparecida Alves (UECE)

 

Este simpósio temático visa discutir estudos sobre a atuação da ditadura militar no Brasil (1964-1985) a partir das diversas narrativas, evidenciadas em múltiplas fontes: meios de comunicação - imprensa, rádio, TV -, oralidades, cinema, literatura, música, produções historiográficas, instituições e biografias que abordem a temática. Busca-se refletir sobre o período autoritário e as diversas formas de protesto e resistência.

ST 05

Ensino de História, narrativas públicas e reformas curriculares

 

Prof. Dr. Francisco Egberto de Melo (URCA)

 

No momento em que o ensino de História é posto à prova por meio das reformas curriculares, tanto para a educação básica como para o ensino superior, a exemplo da Base Nacional Curricular Comum, das novas Diretrizes Curriculares para formação de professores e seus desdobramentos, como a nova estrutura do Programa de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) e da Residência Pedagógica, este Simpósio tem por objetivo promover o debate incorporado por pesquisas concluídas e em andamento sobre o ensino e a aprendizagem de Historia nos espaços escolares e não escolares. Considerando-se o ensino e a aprendizagem em História como partes de uma teia de narrativas discursivas e de significados que transitam social e culturalmente, acatamos os debates que envolvam o Movimento do Escola Sem Partido e o Movimento Brasil Livre; os Parâmetros Curriculares Nacionais; a BNCC; o Novo Ensino Médio; a História divulgada e apropriada nos usos de mídias e redes sociais; o Programa Nacional do Livro Didático; as Diretrizes Curriculares da Resolução 02, CNE/CES; os discursos autoritários de outros tempos do tempo presente e suas relações com o ensino de História, práticas e formação de professores.

ST 06

Formação, saberes e práticas docentes de historiadores

 

Prof. Me. Augusto Ridson de Araújo Miranda. (Doutorando em Educação - UECE)

Profa. Dra. Ana Amélia Rodrigues de Oliveira (GT-Ensino de História ANPUH-CE)

 

Partindo dos referenciais de Fonseca (2003), Gauthier et al (1998), Monteiro (2007), Imbernón (2012), Rüsen (2011a), Schmidt e Barca (2009) e Tardif (2008), propusemos este Simpósio Temático no sentido de congregar as mais diversas reflexões e ações acerca do tripé Formação; Saberes; e Práticas Docentes dos historiadores, tomando como norteador a indissociabilidade de tal tripé, ao considerar que a formação se dá num conjunto de experiências pessoais e coletivas, sempre contínuas, nas diversas temporalidades e espacialidades das histórias de vida dos docentes, adquirindo e mobilizando saberes nas práticas cotidianas. Diante disso, conclamamos os historiadores a questionar o papel dos docentes em História em todas as temporalidades, problematizando como este sujeito historiador, educador em sua essência e existência profissional, se forma e atua nos espaços educativos, ministrando uma ciência nunca neutra e que é também dimensão da vida prática (RÜSEN, 2011b).

ST 07

NSINO DE HISTÓRIA E EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: FORTALECIMENTO DAS LEIS 10.639/2004 E 11.645/2008 EM SALA DE AULA.

 

Prof. Dr. Fábio Eduardo Cressoni (UNILAB).

Profa. Dra.Cícera Nunes (URCA)

 

Este Simpósio Temático destina-se a refletir sobre o ensino de história e sua interface com a educação para as relações étnico-raciais no Brasil, articulando-se, desta forma, a temática geral do XVI Encontro Estadual da ANPUH/CE (História Pública e Democracia). Disposto a pensar esta questão a partir de uma perspectiva educacional antirracista, ancorada em novos territórios ligados à Teoria da História, cuja centralidade desloca-se de experiências eurocentradas, esse campo epistêmico pretende revestir-se, por meio de referenciais afrocêntricos, próprios do continente e de suas diásporas, e da partilha de cosmovisões de diferentes povos indígenas, em um espaço de resistência as formas de pensamento hegemônicas relativas à construção imagética da população afrodescendente e dos povos indígenas em nosso país. Desta maneira, serão aceitos trabalhos que apresentem contribuições destinadas a pensar as questões acima mencionadas, adotando como referência a questão curricular e o ensino de História, materiais didáticos e paradidáticos para o ensino de História, diferentes linguagens e suportes para desenvolvimento do aprendizado histórico, práticas de ensino de História em ambientes formais e não formais (Museus, Arquivos, ONGs, Associações, Sindicatos, Movimentos Sociais, dentre outros), considerando os diferentes sistemas, níveis e modalidade de ensino existentes no Brasil, em especial na região nordeste e no estado do Ceará. Estes, por sua vez, deverão privilegiar sua relação com os princípios e ações que fundamentam a luta dos movimentos sociais negros e indígenas, bem como de educadoras e educadores, em prol da criação, difusão e consolidação de uma educação para as relações étnico-raciais em nosso território, a partir da construção de uma nova consciência histórica.

ST 08

CURRÍCULO E DIVERSIDADE(S) NO ENSINO DE HISTÓRIA DO SÉCULO XXI

 

Profa. Ma. Carla Silvino (UFPI)

Profa. Dra. Silviana Mariz (UNILAB)

 

História como campo de investigação e que estejam ancoradas nos Estudos Críticos da Educação, em especial nas análises apresentadas por SACRISTAN (1998); YOUNG (2007,2010); MCLAREN (2000) e SILVA (1995, 2010a, 2010b). Este espaço se constitui como campo aberto para pesquisadoras/es interessadas/os na reflexão sobre os debates mais recentes ensejados, sobretudo a partir de 2014, pela produção de uma ampla rede legal (PNE/2014; Lei 13.415/2017) cujo acirramento se deu em decorrência da proposição de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC), entendida como instituição de uma economia política da escolarização nacional, protagonizada pelo Estado. Sendo assim, o ST privilegiará os seguintes eixos: 1) Currículo: estudos que contemplem a análise da produção dos currículos de História na Educação Básica no Brasil, sobretudo mais recentemente sob os auspícios de centralização dos processos de ensino a partir da aprovação e possível implementação da BNCC; 2) Diversidade: investigações cuja centralidade de debate parta das problematizações das noções de "diversidade" e de "multiculturalismo" presentes nos currículos, nos materiais didáticos e paradidáticos de História e nas práticas e experiências de docência em História na Educação Básica;  e, 3) Ensino de História: pesquisas que abordem as práticas escolares, construídas tanto a partir de experiências de ensino em universidades quanto em escolas de educação básica, e que visem refletir sobre os processos de circulação, ressignificação e produção de saberes, seja através da investigação sobre as práticas de ensino, seja através da análise dos materiais didáticos explorados em sala de aula. Desse modo, este simpósio visa contribuir para a consolidação dos Estudos sobre Ensino de História, ao mesmo tempo em que albergando os debates sobre currículo, diversidade e multiculturalismo no país, entendidos como fundantes de uma intersecção fundamental para o ofício de historiador-docente.

ST 09

ESCRAVIDÃO, MIGRAÇÃO, MISCIGENAÇÃO E SOCIABILIDADES NOS SÉCULOS XVIII E XIX.

 

Prfa. Dra. Elisgardênia de Oliveira Chaves (FAFIDAM/UECE)

Prof. Me. Adson Rodrigo Silva Pinheiro (MAHIS-UECE)

 

Esse simpósio objetiva provocar debates e congregar estudos que discutam acerca das condições jurídicas e naturalidades múltiplas, no que diz respeito à formação populacional; organizações de proles e redes de sociabilidades expressas nas diferentes formas de constituírem família (legitimas, consensuais, bígamas, livres, escravas, forras, endogâmicas, exogâmicas e mistas); relações de compadrio; estratégias de resistências e liberdades;  e  condições de vida e modos de trabalho livre e escravo do período colonial e imperial brasileiro. No Brasil uma gama de pesquisas historiográficas desenvolvidas, sobretudo a partir dos anos 1970/80, embasadas por arcabouço documental, metodologia e perspectivas teóricas variados, tendo nas procedências, nas mobilidades geográficas e formas de uniões elementos fundamentais de análises, vem possibilitando a identificação das complexidades e pluralidades em torno da formação sócio familiar nos sertões brasileiros na Colônia e no Império. Seja por mar ou por terra, pelas várias vias de acesso, pelos trânsitos internos e intercontinentais pessoas de "qualidades" (nativos, portugueses, africanos, brancos, pretos, crioulos, mestiços, mulatos, pardos, cabras e mamelucos), pelas condições jurídicas (livre, liberto e escravo) variadas formaram famílias mestiças, legítimas ou consensuais e relações construídas do mundo do trabalho. Esses movimentos populacionais e culturais conectaram os sertões e o Brasil a outros continentes a exemplo da África, da Europa e da Ásia. Assim, diferente da imagem de fixidez que os sertões no Brasil foram imaginados pela literatura e pela historiografia, a nova realidade historiográfica tem possibilitado constatações sobre a fluidez nas paragens sertanejas. Esses estudos, portanto, compõe um campo vasto de temáticas e de problemáticas para a construção da História Social, Econômica e Cultural. Nesse sentido, as reflexões em torno das conexões de sentidos e de práticas das dinâmicas dos estudos de família, migração e mestiçagens com variados tipos de fontes e temáticas, a proposta é que se reflitam acerca dos mais variados contextos sociais conectadas à temática das mestiçagens sociais e culturais e qualificações sociais. A principal finalidade, portanto, é promover discussões acerca do tema das migrações, da miscigenação, das relações do mundo de trabalho e das condições jurídicas na formação sócio familiar para trocar conhecimentos e revisitar a produção historiográfica sobre o século XVIII e XIX nas últimas décadas.

ST 10

As cidades na história: entre territórios, sujeitos, práticas e representações reais e imaginárias nas cidades.

 

Prof. Me. Juliano Mota Campos (Faculdade Maurício de Nassau-BA)

 

As cidades Reais e Imaginárias com os seus territórios, sujeitos, práticas e representações se constituem o foco da nossa proposta de discussão. Invenção antiga e ao mesmo tempo espaço contemporâneo, às cidades se constituem como um espaço polissêmico, de muitas vozes, movimentos, saberes, vivências, narrativas, olhares, imagens e memórias. O cotidiano citadino se mostra plural e com trajetórias diversas entre construções, destruições e reconstruções. O debate em torno dos territórios e os sujeitos urbanos bem como das práticas, sociabilidades, representações da cidade e do viver urbano estarão no centro do nosso debate ancorado na história cultural e nas balizas dos conceitos desenvolvidos por Sandra Pesavento, Ítalo Calvino, Michel de Certeau, Raymonds Williams, Henry Le Fefebvre, Roger Chartier, dentre outros.

ST 11

História e cidade: abordagens e perspectivas de estudos dos espaços urbanos.

 

Prof. Me. José Maria Almeida Neto (Doutorando em História Social-PPGH-UFC)

Profa. Ma. Rafaela Martins Silva (UESPI)

 

O presente simpósio temático tem como objetivo reunir trabalhos resultantes de pesquisas dedicadas à relação entre a história e os espaços da cidade a partir das suas dimensões não apenas materiais, mas também simbólicas. Estes espaços não se configuram de maneira neutra, mas refletem tensões e conflitos de interesses nos mais variados âmbitos. Partindo desta premissa, esse simpósio se centra em tentativas de analisar as negociações envolvidas no desenvolvimento, na organização e no processo de significação dos espaços urbanos - sejam estas ações advindas do poder público ou de outros segmentos sociais em sua constante relação com a cidade. A constituição urbana acontece a partir de disputas de poder, afirmações de memórias, formas públicas de expressão de imaginário e sensibilidades além de práticas políticas e culturais. Estes processos demonstram a necessidade de problematizar o espaço urbano em seus aspectos tanto materiais quanto simbólicos. A cidade, portanto, é pensada aqui não apenas como cenário destas ações, mas entendida no próprio processo de construção histórica já que seus espaços envolvem problemáticas que evidenciam um processo de disputas - de preservação, tradição, experiências e rituais - a partir de ações de intervenção técnica de projetos dominantes, mas também de práticas vivenciadas pela população que se desdobram em novos usos e apropriações destes espaços. A materialidade da cidade reflete estas negociações bem como seu aspecto simbólico também as incorpora e revela muito da relação conflituosa estabelecida com este espaço. Assim, é importante apreender a cidade como expressão de conflito no qual diversos grupos se exprimem gerando diferentes apropriações a partir de experiências de pertencimento que se desdobram em relações de dominação e exclusão. Essa proposta de análise pode contribuir para uma nova intepretação destes espaços a partir das relações que são estabelecidas com estes. Buscamos, para tal, dialogar com campos de investigação variados que tem a cidade como horizonte em comum colocando em evidencia sensibilidades, sentimentos e significados que vão além da dimensão unicamente material alcançando também a simbólica. Buscamos assim ampliar o debate e a interlocução das pesquisas que se dediquem a investigar as cidades - brasileiras ou não - e compreendê-las como fenômeno histórico e objeto que deve se reestudado a partir de suas variadas dimensões.

ST 12

O Vale que diz o curso e os discursos que dizem o (que) vale. História e memória na região do Vale do Jaguaribe - CE.

 

Prof. Me. José Wellington de Oliveira Machado (Doutorando em História-PPGH-UFPE)

 

A Região do Vale do (Rio) Jaguaribe faz parte da História e da historiografia do Ceará. Por essas margens passaram muitos corpos e rostos, envolvidos em diversos conflitos sociais, que aconteceram antes, durante e depois da colonização. As tramas políticas da Colônia, do Império e da Republica também foram tecidas nessas terras, através da história vivida e, posteriormente, da história escrita. Historiadores(as) pesquisaram e escreveram sobre os povos indígenas, a divisão das terras através das datas e sesmarias, a violência da colonização e da escravização, a pecuária, as charqueadas, a formação das primeiras vilas e cidades e a atuação dos padres, dos bispos e dos coronéis. Pesquisaram sobre a História dos movimentos sociais no campo e na cidade. Mas, também falaram sobre elementos culturais da vida cotidiana, sobre sexo, família, casamento, violência, paixão, amor e ódio. Produziram, através da oralidade, uma série de lembranças, vividas em épocas de secas e de enchentes, na infância, na adolescência ou na velhice. O que une todos estes temas, analisados a partir de perspectivas diferentes, é o Rio Jaguaribe. Ele não é apenas um palco onde as histórias foram vividas, é um espaço de produção de sentidos, inclusive sobre o próprio rio. Artistas criaram, através da pintura, da dança, do teatro, do cinema e de outras formas de expressão, maneiras de ver e dizer o Vale. Memorialistas falaram e escreveram sobre essa região, alimentando a memória dos coronéis, da igreja e das cidades onde nasceram. Os historiadores e as historiadoras, preocupados com as novas fontes e metodologias, utilizaram essa produção artística e memorialística, observando como esses discursos ajudaram a inventar o Vale, determinando o que vale e o que não vale na história dessa região. O objetivo desse Simpósio Temático não é apenas conhecer e socializar esses estudos, é perceber como, a partir do nosso lugar social, das nossas práticas e das nossas escritas, alimentamos ou não essas identidades, como cristalizamos ou não esse imaginá-rio.

ST 13

A MORTE, OS MORTOS E O MORRER: DIÁLOGOS INTERDISCIPLINARES

 

Prof. Dr. Cícero Joaquim dos Santos (URCA)

 

Este simpósio temático pretende reunir pesquisadores que se dedicam aos estudos sobre a morte, os mortos e o morrer. Partindo de uma abordagem interdisciplinar, o ST almeja possibilitar o debate e o questionamento sobre pesquisas que problematizam a experiência da morte nos processos históricos, entrecruzando, portanto, diferentes temporalidades. De igual modo, esta proposta visa fecundar diálogos da história com outras áreas do conhecimento, como é o caso da Sociologia, Filosofia, Antropologia, Psicologia, Geografia, Ciências da Religião e etc. Desse modo, este espaço de reflexão entrecruzará investigações sobre comunalidades e singularidades tocantes à morte, aos mortos e ao morrer, abarcando seus significados históricos, culturais e sociais, suas construções mnemônicas e devocionais, trabalhos de luto, espacialidades da morte, artes, processos de patrimonialização e experiências de ensino a partir dos espaços e estudos cemiteriais.

ST 14

Trabalho, Cultura e Migrações no Ceará

 

Prof. Dr. Edson Holanda Lima Barboza (UNILAB)

Prof. Dr. Tyrone Apolo Pontes Cândido (FECLESC/UECE)

 

O Simpósio Temático "Trabalho, Cultura e Migrações no Ceará" tem como objetivo promover o debate de pesquisas concluídas ou em andamento que tratem a questão do mundo do trabalho no Ceará, desde a consolidação da colonização portuguesa aos conflitos do tempo presente. Serão privilegiadas as discussões que articulem a agência e experiência de trabalhadores, livres ou escravizados, em seus ambientes de trabalho, habitação e lazer, sejam em cenários urbanos ou sertanejos. Destacam-se também as práticas de convívio social, na criação de espaços de sociabilidade e na cultura popular, perceptíveis através da produção literária e intelectual, da literatura de cordel, nas formações de zonas de contato interétnico, festividades, manifestações de religiosidade popular e tradições orais. O fenômeno migratório, diretamente ligado à experiência de mulheres, homens e crianças cearenses, também é foco das discussões desenvolvidas, sejam os deslocamentos compulsórios relacionados ao tráfico interprovincial ou atlântico, as constantes políticas migratórias acionadas nos períodos de secas e as expectativas criadas pelo extrativismo, expansão de áreas agrícolas ou industriais em outras regiões.

ST 15

História, religião e cultura: tradições e modernidade(s)

 

Prof. Ma.Francisca Jaquelini de Souza Viração (doutoranda UFF/URCA)

Prof. Me. Victor Breno Farias Barrozo (doutorando UFPB/COMPLUTENSE DE MADRI)

 

História, religião e cultura compõe uma interseção importante na construção e significação das representações simbólicas, memória coletiva e ação individual dos sujeitos por todos os tempos. Ainda no contexto contemporâneo, as relações entre tradições e modernidade(s) no plano histórico ou/e social continuam a desempenhar um papel fundamental na dinâmica dos campos da cultura e crença religiosa. Pensar a religião e a cultura em suas dimensões históricas é situar problematizando a formação, manutenção e reorganização das sociedades, das mais tradicionais, às modernas. Em tempos onde palavras como "reacionário", "conservador" e "fundamentalismo religioso" ganham novas significações e atribuições, principalmente no campo da expressividade política do sujeito religioso é mais do que imprescindível a discussão das transformações nas piedades e expressividades religiosas do Brasil, principalmente sua religião dominante, o cristianismo. O presente GT é destinado a apresentação e discussão de trabalhos voltados as pesquisas de caráter historiográfico e sociológico das temáticas relacionadas ao universo das análises entre religião e cultura, religião e política entre tradições e modernidade(s)

ST 16

Religiões e religiosidades entre história e memória: interfaces e reflexões em experiências de pesquisa

 

Prof. Dr. Marcos José Diniz Silva (História/CH-UECE/MAHIS)

 

Considerando o sempre produtivo debate entre história e memória no oficio do historiador, este Simpósio Temático pretendo trazê-lo aos estudos das religiões e religiosidades, acolhendo trabalhos de historiadores e pesquisadores afins que transitam entre essas modalidades de produção e usos do passado, buscando perceber usos conceituais e experiências de pesquisas que demonstrem uma atualização nesse campo de pesquisas.

ST 17

Teoria da Residualidade: possibilidades e aplicabilidades para as Humanidades

 

Prof. Dr. Tito Barros Leal (UVA)

Prof. Me. Francisco Wellington Rodrigues (Doutorando Letras - PPGL-UFC)

 

O Simpósio Temático aqui proposto pretende por em pauta as discussões em torno da Teoria da Residualidade como estratégia investigativa profícua para o desenvolvimento de estudos nas Humanidades. Trata-se, portanto, de trazer à luz toda uma data de pesquisas que vêm sendo desenvolvidas em diversas instituições nacionais e internacionais e que alargam horizontes interpretativos introduzindo a dimensão teórico-conceitual das mentalidades nas mais variadas tipologias de investigações nas realizadas nas Ciências Humanas. Residualidade, mentalidade, cristalização e hibridação cultural são categorias fundamentais que orientam as leituras e interpretações vinculadas à proposta teórica aqui privilegiada.

ST 18

História, Saúde e Doenças: teorias, documentos e temas transversais

 

Profa. Dra. Cláudia Freitas de Oliveira (UFC)

 

O Simpósio Temático História, Saúde e Doenças: teorias, documentos e temas transversais objetiva promover a interlocução entre pesquisadores de distintas matrizes teóricas e áreas do conhecimento acerca do campo de pesquisa História da Saúde e das Doenças, atualmente, consolidado, histórico e historiograficamente. Através do diálogo proposto, intenciona-se contribuir para o aprofundando dos estudos sobre os modos de agir e de pensar, as análises de discursos, os processos e as experiências sociais, as análises de dados, os estudos comparativos, ou seja, uma série de pressupostos teórico-metodológicos acerca dos atores históricos, em sua relação com a saúde e as doenças. O Simpósio Temático visa ainda problematizar as redes sociabilidades e as inserções institucionais no âmbito do cotidiano em espaços e temporalidades múltiplos, a partir de temas transversais, como gênero, violência entre outros.

ST 19

TEORIA DA HISTÓRIA E HISTÓRIA DA HISTORIOGRAFIA: (RE) PENSANDO OS CAMINHOS DE CLIO EM TEMPOS DE CRISE

 

Prof. Me. Hildebrando Maciel Alves (FECLESC/UECE)

Prof. Dr. Kleiton de Sousa Moraes (UFC)

 

Momentos de crise e ruptura possibilitam repensar o papel e a inserção da história enquanto disciplina/campo do conhecimento, bem como seu papel como orientadora da sociedade. Para Manoel Luiz Salgado Guimarães (1998), diante dos desafios que são postos à história, na condição de disciplina, o caminho apropriado é tomar o estudo da historiografia como uma possibilidade de enfrentar esses obstáculos. Após a década de 1970 e os clássicos estudos de Veyne (1971), Certeau (1972) e White (1973), o campo historiográfico é desafiado a reorientar suas preocupações, colocando a própria produção do discurso histórico como objeto. A proposta deste simpósio é congregar pesquisas e reflexões que possam contribuir com o debate acerca das questões que mobilizam a teoria e a escrita da história atualmente, tais como: a relação entre história e ficção; intelectuais e instituições; representações literárias; concepções sociais sobre o tempo; debates sobre história pública; relações entre história e memória; reflexões sobre história e ética e representações e usos políticos do passado - nas suas mais variadas ordens.

ST 20

"OS ÍNDIOS NA HISTÓRIA" DO BRASIL E DO CEARÁ: ABORDAGENS DIVERSAS.

 

Profa. Dra. Ticiana de Oliveira Antunes - DeVry Fanor

Profa. Dra. Ana Alice Menescal

 

Nos últimos 20 anos, a história indígena e do indigenismo no Brasil vem passando pela renovação das perspectivas teórico-metodológicas. Atualmente, a região Nordeste é palco de inúmeras emergências indígenas e novas formas de percepção da visibilidade desses povos. A questão ganha diferentes significados quando traz para os pesquisadores o desafio de buscar a compreensão desses fenômenos históricos contemporâneos que, no entanto, muitas vezes ainda possuem marcas características da experiência colonial, do pensamento da sociedade colonial. O objetivo geral deste Simpósio Temático é congregar e discutir com os pesquisadores da questão indígena, temas, problemas e desafios que envolvem essa área do saber histórico no Ceará e no Brasil. Assim, comunicações sobre temas relativos à história indígena e do indigenismo do período colonial aos dias de hoje tornar-se-ão elos necessários para a construção de um painel geral das investigações acerca dos povos indígenas tanto no Ceará, quanto no Brasil. Pretende-se discutir as contribuições da História e da Antropologia no processo de construção das identidades étnicas. O Ceará, por exemplo, passa por um momento de ebulição no que diz respeito às questões indígenas; atualmente, são mais de vinte comunidades auto identificadas como indígenas, o que gera interesse na sociedade em geral e instiga pesquisadores à constante atualização metodológica e teórica. Neste contexto o diálogo interdisciplinar entre a História e a Antropologia é essencial para compreensão das questões envolvendo os povos indígenas. Deste modo, é mister refletir sobre os avanços e os limites dessa troca disciplinar, observando os pontos de intercessão de temas, metodologias e fontes de pesquisa. Pretendemos aqui estabelecer o diálogo entre o vasto arcabouço analítico que gira em torno da temática indígena como, por exemplo, processo de etnização, práticas culturais, educação, saúde, movimento político, pajelança, mestiçagem, religiosidade, desde os tempos coloniais até a atualidade, do Ceará e do Brasil, conforme a demanda dos inscritos.

ST 21

PRÁTICAS LETRADAS E CULTURA ESCRITA: ANTIGUIDADE, MEDIEVO E MODERNIDADE

 

Prof. Dr.Gleudson Passos Cardoso (UECE)

 

O objetivo deste simpósio temático é debater no campo historiográfico as possibilidades de pesquisa temáticas relacionadas às práticas letradas e à cultura escrita nos recortes da Antiguidade, Medievo e Modernidade. Tendo em vista que as práticas letradas consistem em práticas cotidianas em prol do letramento, bem como a cultura escrita consistir no conjunto de realizações simbólicas e materiais em torno do escrito, faz-se necessário perceber as práticas, representações, experiências e o imaginário que permitiram aos diferentes agentes históricos fazerem uso dos textos como ferramentas de inserção social, embates e disputas simbólicas. Neste sentido, tendo em vista a expansão teórico-metodológica desses campos em suas especificidades temáticas e cronológicas, bem como o crescente volume de trabalhos sobre a cultura escrita e práticas letradas na historiografia cearense, o presente simpósio temático se propõe a agregar trabalhos que possam contribuir para o fortalecimento deste campo, afim de promover a integração de redes e a troca de informações e experiências entre os pesquisadores nestes recortes.

 

 

LISTA DE MINICURSOS APROVADOS

MC 01

Ensino de história e educação patrimonial: discussões pelo viés do turismo pedagógico

 

Prof. Me. Juliano Mota Campos (Faculdade Maurício de Nassau-BA)

 

Discutir a relação entre ensino de história e educação patrimonial pelo viés do turismo pedagógico.

Compreender a influência da nova história na construção de uma educação patrimonial.

Problematizar a importância da história local na construção do conhecimento histórico e da educação patrimonial.

Conhecer a montagem de um roteiro para o turismo pedagógico, percebendo sua perspectiva interdisciplinar e crítica.

MC 02

História e Imprensa: possibilidades e desafios dos usos de jornais na pesquisa histórica.

 

Prof. Me. José Maria Almeida Neto (Doutorando em História Social - PPGH-UFC)

 

Os jornais são envoltos por um conjunto de tensões que abrangem a sua produção, circulação e consumo. Para concepções tradicionais, nas considerações acerca da matéria-prima do fazer histórico, as fontes; os jornais se inseriam na dinâmica de ora serem julgadas como fontes suspeitas e ora se constituírem repositórios da verdade. (CAPELATO, 1988) Assim, os jornais, por vezes, são associados às fontes privilegiadamente férteis, por dar aos historiadores fatos da sociedade. Discutia-se a tese de que os jornalistas <fazem> a História, como refletiu Marc Kravetz. (KRAVETZ, 1986) Nas últimas décadas, as reflexões sobre como os historiadores se apropriam dos jornais no seu ofício mudaram. Conforme Tânia Regina de Luca, existem três principais possibilidades de uso dos jornais para o historiador: é possível contar uma História da Imprensa, sendo assim, fonte e objeto na pesquisa; utilizá-la como fontes históricas acerca da temática que se deseja pesquisar; assim como é igualmente exequível o estudo de como a História aparece nos periódicos perscrutados. (LUCA, 2005). Conforme afirma a historiadora Maria Capelato: "a imprensa registra, comenta e participa da história". (CAPELATO, 1988) Cumpre esclarecer também que os artigos jornalísticos não podem ser analisados isoladamente, na medida em que há uma série de outros sujeitos ativos no processo de seleção e revisão do que seria veiculado em determinado periódico. Portanto, o presente minicurso propõe como objetivo principal refletir acerca dos modos de utilização dessa tipologia de fonte nas pesquisas históricas, sob aspecto teórico-metodológico.

MC 03

GIZ E FALA NO LUGAR DO TABLET E DO CELULAR: DE UMA COMUNIDADE DE OUVINTES PARA UMA OUTRA DE FALANTES.

 

Prof. Me. Antonio Vilas Boas (UEBA)

 

Propor o giz e a fala nas aulas de História parece ser uma proposta extremamente distante dos atuais contextos nos quais estamos inseridos e caracterizados pelo uso intenso das novas tecnologias de informação e comunicação, entretanto, ir além e afirmar que uma prática pedagógica baseada única e exclusivamente nesses dois elementos pode se constituir numa atração para os "alunos de hoje" chega a beirar o surreal. Mas, é justamente dessa postura didático pedagógica nas aulas de História que esse minicurso se ocupa. Pretendemos, baseado nas concepções do educador brasileiro Paulo Freire, apresentar e discutir com professores da educação básica, possibilidades de passarmos de uma comunidade de ouvintes para uma outra de falantes nas aulas de História e, daí, para o processo de produção autoral discente. Trata-se de uma experiência posta em prática nas aulas de Educação de Jovens e Adultos, num cenário de extrema carência quanto aos recursos disponibilizados para o trabalho do professor. O minicurso será desenvolvido em dois momentos, sendo cada um deles de três horas. Apenas com o giz e a oralidade, inicialmente, faremos uma caracterização das realidades encontradas nas escolas públicas baianas e dos alunos de hoje e que influenciaram decisivamente na adoção dessa postura teórica/, metodológica. Em seguida, mediaremos a construção de uma aula baseada na pedagogia da pergunta. Noutro momento, nos dedicaremos a planejar a intervenção do professor em sala, tomando como base essa postura metodológica.

MC 04

Ensino de História da África nos espaços Lusófonos: manuais didáticos, narrativas e consciência histórica.

 

Profa. Dra. Idalina M. Almeida de Freitas (UNILAB)

 

Discussão geral sobre os aportes que constituíram historicamente o Ensino de História da África, a produção de saberes ensinados sobre o tema nos países da lusofonia. Análise de manuais didáticos produzidos em alguns desses países. Análise de currículos e programas de ensino, currículos e acordos de cooperação internacional que definem as diretrizes para o ensino de história nos países da lusofonia. Discussão de textos acadêmicos, percebendo quais são os suportes e representações em torno da criação e desenvolvimento de uma consciência histórica em torno de temas específicos como: processos colônias, modernidade, história local, patrimônio histórico e memória.

MC 05

FORMAÇÃO DOCENTE DOS HISTORIADORES E EDUCAÇÃO HISTÓRICA

 

Prof. Me. Augusto Ridson de Araújo Miranda. (Doutorando em Educação - UECE)

Profa. Dra. Ana Carla Sabino Fernandes. (História UFC)

 

Contextualizar historicamente os modelos e propostas de formação docente para historiadores.

Compreender os conceitos da Educação Histórica, perspectiva que parte da investigação e ação acerca de como os sujeitos aprendem e pensam historicamente, mobilizando as competências históricas na vida prática.

Estabelecer possibilidades de investigação e atuação acerca da Educação Histórica na formação docente dos historiadores, por meio das metodologias da pesquisa-ação, com ênfase nas aulas-oficinas.

MC 06

CURRÍCULO E DIVERSIDADE(S) NO ENSINO DE HISTÓRIA DO SÉCULO XXI - desafios, possibilidades e potencialidades a partir da BNCC/2018.

 

Profa. Ma. Carla Silvino (UFPI)

Profa. Dra. Silviana Mariz (UNILAB)

 

Este Minicurso tem por objetivo discutir as abordagens teóricas e metodológicas sobre o Ensino de História como campo de investigação e que estejam ancoradas nos Estudos Críticos da Educação, em especial nas análises apresentadas por SACRISTAN (1998); YOUNG (2007,2010); MCLAREN (2000) e SILVA (1995, 2010a, 2010b). Refletiremos sobre os debates mais recentes ensejados, sobretudo a partir de 2014, pela produção de uma ampla rede legal (PNE/2014; Lei 13.415/2017) cujo acirramento se deu em decorrência da proposição de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC), entendida como instituição de uma economia política da escolarização nacional, protagonizada pelo Estado. Sendo assim, o Minicurso privilegiará os seguintes eixos: 1) Currículo: analise dos estudos que contemplem a produção dos currículos de História na Educação Básica no Brasil, sobretudo mais recentemente sob os auspícios de centralização dos processos de ensino a partir da aprovação e possível implementação da BNCC; 2) Diversidade: investigações cuja centralidade de debate parta das problematizações das noções de "diversidade" e de "multiculturalismo" presentes nos currículos, nos materiais didáticos e paradidáticos de História e nas práticas e experiências de docência em História na Educação Básica;  e, 3) Ensino de História: discussão das práticas escolares, construídas tanto a partir de experiências de ensino em universidades quanto em escolas de educação básica, e que visem refletir sobre os processos de circulação, ressignificação e produção de saberes, seja através da investigação sobre as práticas de ensino, seja através da análise dos materiais didáticos explorados em sala de aula. Desse modo, este Minicurso visa contribuir para a consolidação dos Estudos sobre Ensino de História, ao mesmo tempo em que albergando os debates sobre currículo, diversidade e multiculturalismo no país, entendidos como fundantes de uma intersecção fundamental para o ofício de historiador-docente.

MC 07

A ESCRITA SOBRE OS ÍNDIOS - RELATIVIZANDO O OLHAR SOBRE AS FONTES HISTÓRICAS

 

Profa. Dra. Ticiana de Oliveira Antunes - DeVry Fanor

Profa. Dra. Ana Alice Menescal

 

O presente minicurso pretende analisar o potencial da produção historiográfica como fonte histórica para a história dos povos nativos, bem como a diversidade documental respeitante à temática indígena. O recorte temporal principal são os séculos XIX e XX. Compreendendo não apenas os documentos, mas também a produção dos intelectuais, especialmente aqueles vinculados aos Institutos Históricos (IHGB e Instituto do Ceará), como fontes. Como estudo de caso, discutiremos as fontes utilizadas pelas proponentes em suas investigações de doutorado. Pretende-se nesse minicurso estabelecer um olhar relativizado sobre a documentação e a historiografia disponíveis, percebendo em que medida algumas falas "autorizadas" estavam representando o ideal civilizacionista europeu e que tipo de consequências trouxeram para as populações indígenas e a construção da identidade.



Desenvolvido pelo Departamento de Informática da UECE.