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O Grupo de Estudos Sartre-GES teve início em 2005, na Universidade Estadual do Ceará-UECE, e realiza anualmente, desde 2007, um seminário para expor, debater e produzir reflexões sobre experiências humanas, sociais, estéticas e culturais que façam sentido na vida e nas relações socioculturais com a produção literária e filosófica do autor francês Jean-Paul Sartre com a realidade cearense, nordestina e brasileira. Sartre é um filosofo que pensa em situação, portanto, tentemos compreender a situação atual. A crise política, na qual vivenciamos no Brasil, nos impulsiona a refletir sobre o indivíduo como sujeito no processo político. Compreender os mecanismos utilizados por quem detém o poder tecnológico e midiático para manipular o senso comum e assim viabilizar apoio para as ideologias ultrarradicais, que aparecem como única solução possível para resolver os problemas históricos e sistemáticos no poder público, nos possibilita uma ampla e generosa leitura dos textos sartreanos, nos quais, o engajamento e a resistência são escolhas do para-si no mundo.

Para Sartre, o homem ao compreender a realidade, demanda posicionamento e ação. Em outras palavras, quando o indivíduo toma consciência da realidade humana ele se responsabiliza, se compromete e se engaja, não somente consigo, mais com a humanidade inteira. A subjetividade motiva a ação no mundo. A existência humana está perpassada intrinsicamente pelas circunstâncias; pela atitude diante do que percebemos e como compreendemos esta realidade que nos aparece. Vivemos uma realidade invadida por atitudes contextualizadas que nos afronta e nos tenciona.

Mas, em situação, existe um sentido para o que apreendemos? Posicionar-se implica em dizer não? A quê? Ou a quem dizê-lo? Afirmar que engajar-se é resistir! Nos faz refletir: o que é um colaborador? A quem ou o quê se colabora? o que é engajar-se? O que é resistir? Em que sentido tornar-se resistente se relaciona com engajamento? Qual a condição de resistir e do agente que resiste? O GES tem por intenção, através deste projeto, garantir a divulgação e a produção literária na academia e para além dela dissolvendo as fronteiras entre o conhecimento acadêmico e a experiência sociocultural, bem como entre a literatura e as outras produções artísticas.