II ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA POLÍTICA

HISTÓRIA, RUPTURAS INSTITUCIONAIS E REVOLUÇÕES

24 a 26 de maio de 2017

O EVENTO

 

ORIENTAÇÃO PARA INSCRIÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS NOS SIMPÓSIOS TEMÁTICOS

As inscrições de trabalhos devem ser feitas até o dia 05 de maio de 2017 pelo site do Encontro. Deve ser informado antes do título do resumo o nº do ST escolhido. Exemplo: ST 00 - Título do trabalho. Os trabalhos só serão avaliados e aprovados depois do pagamento da taxa de inscrição (favor ver o site inscrições deste site)

Os estudantes de graduação poderão apresentar trabalhos acadêmicos desde que seus orientadores apareçam como co-autores.Os inscritos que apresentarem trabalho em Simpósios Temáticos e desejarem publicar seus textos nos anais eletrônicos devem seguir estas instruções:

Enviar o arquivo do texto até 05 de maio de 2017  (Entrega de texto completo não é obrigatório).

O envio do texto implica a cessão dos direitos autorais.

Quanto ao texto, observar o seguinte:

- O texto deve conter no mínimo 08 (oito) e no máximo 15 (quinze) laudas;

- A autoria (nome completo) deverá ter no máximo três autores e vir após o título, à direita. Em nota de rodapé (asterisco) deve ser colocada a Instituição de origem, Titulação e Agência financiadora, quando for o caso;

- Os textos deverão conter resumo e com até 10 (dez) linhas, 3 (três) palavras-chave;

- As citações de até três linhas devem constar entre aspas, no corpo do texto, com o mesmo tipo e tamanho de fonte do texto normal. As referências devem indicar entre parênteses nome do autor em letras maiúsculas, ano de publicação e páginas (SILVA, 1993:11-14);

- As citações a partir de quatro linhas devem ser em Times New Roman 10, itálico, com recuo esquerdo de 4 cm. As referências devem constar no corpo do texto, entre parênteses, como no exemplo acima;

- O uso de notas de rodapé deve ter apenas o caráter explicativo/complementar. Devem ser numeradas em algarismos arábicos sequenciais (Ex.: 1, 2, 3, etc.) na fonte Times New Roman 10 e espaçamento simples;

- As referências bibliográficas deverão ser colocadas no final do texto e de acordo com as regras da ABNT, dispostas em ordem alfabética por autor.

- As páginas devem ser numeradas (margem superior direita), com exceção da primeira.

 

SIMPÓSIOS TEMÁTICOS APROVADOS

ST 1 - Campos e canteiros da História Política: comunismo, anticomunismo e movimentos sociais no Brasil Republicano

 

Coordenadores:

Angelo Aparecido Priori  (Pós-doutor) - Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Raimundo Nonato Pereira Moreira (Doutor) - Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

 

JUSTIFICATIVA:

Este simpósio temático pretende reunir pesquisadores que realizam investigações sobre o comunismo e o anticomunismo no Brasil e no mundo. Comunismo e anticomunismo são duas culturas políticas mobilizadoras que desempenharam um papel fundamental em inúmeras conjunturas ao longo do século XX no cenário nacional e internacional, com desdobramentos até os dias atuais, como ficou evidenciado nos debates políticos, nas conversas informais e nas redes sociais sobre as eleições presidenciais de 2014 e o (in) consequente processo de impeachment da Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, em 2016. Por outro lado, o simpósio também acolherá trabalhos centrados na dinâmica e na história dos movimentos sociais urbanos e rurais atinentes ao tempo-espaço do Brasil Republicano. O ST também incorporará comunicações centradas nas trajetórias e experiências de lideranças políticas e militantes que atuaram tanto no campo das esquerdas (inclusive as não comunistas) quanto das direitas (com a inclusão dos matizes liberal e conservador). Assim, este simpósio temático busca se constituir em espaço para apresentação de trabalhos que conectam os eixos temáticos propostos com a História Política, os movimentos sociais, a cultura política e os imaginários sociais. Finalmente, destaque-se que simpósio aqui apresentado relaciona-se com um esforço coletivo realizado pelos pesquisadores e estudantes vinculados ao Grupo de Trabalho de História Política da ANPUH, do qual fazem parte os proponentes.

 

Referências:

BACZKO, Bronislaw. Los imaginarios sociales. Buenos Aires: Nueva Visión, 1991.

BONET, Luciano. Anticomunismo. In: BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco (Orgs.). Dicionário de política. Brasília: UNB, 1998. p. 34-35.

CEPLAIR, Larry. Anti-Communism in Twentieth-Century America: a Critical History. Santa Barbara, California: ABC-CLIO, 2011.

DUTRA, Eliana F. O Ardil Totalitário: imaginário político no Brasil dos anos de 1930. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2012.

FERREIRA Jorge. Prisioneiros do Mito: cultura e imaginário político dos comunistas no Brasil (1930-1956). Niterói: Ed. UFF/MAUAD, 2002.

_____; REIS, Daniel Aarão (orgs.). A Formação das Tradições (1889-1945). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017 (Col. As Esquerdas no Brasil, v. 1).

_____. Nacionalismo e reformismo radical (1945-1964). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007. (Col. As Esquerdas no Brasil, v. 2).

_____. Revolução e Democracia (1964-...). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007. (Col. As Esquerdas no Brasil, v. 3).

FERREIRA, José Roberto Martins. Organização e poder: análise do discurso anticomunista do Exército Brasileiro. São Paulo: Annablume, 2004.

GIRARDET, R. Mitos e mitologias políticas. São Paulo: Cia das Letras,1987.

MARIANI, Bethania. O PCB e a Imprensa: os comunistas no imaginário dos jornais (1922 -1989). Campinas: Ed. Unicamp, 1998.

MAZZEO, Antônio Carlos; LAGOA, Maria Izabel. Corações vermelhos: os comunistas brasileiros no século XX. São Paulo: Cortez, 2003.

MOREIRA, Raimundo Nonato Pereira. Antônio Maciel Bonfim (Miranda): um esboço biográfico. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 36, n. 72, mai./-ago. 2016.

MOTTA, Rodrigo Patto Sá. Em guarda contra o perigo vermelho: o anticomunismo no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 2002.

NAPOLITANO, Marcos; CZAKJA, Rodrigo; MOTTA, Rodrigo Patto Sá. Comunistas Brasileiros: cultura política e produção cultural. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2013.

PANDOLFI, Dulce. Camaradas e companheiros: memória e história do PCB. Rio de Janeiro: Relume-Dumará/Fundação Roberto Marinho, 1995.

PRIORI, Angelo. O levante dos posseiros: a revolta camponesa de Porecatu e a ação do Partido Comunista Brasileiro no campo. Maringá: Eduem, 2011.

RODEGHERO, Carla Simone. O diabo é vermelho: imaginário anticomunista e Igreja Católica no Rio Grande do Sul. Passo Fundo: Ed. UPF, 2003.

SILVA, Carla Luciana. Onda vermelha: imaginários anticomunistas brasileiros (1931-1934). Porto Alegre: Ed.PUCRS, 2001.

 

ST 2 - Impérios Ibéricos no Antigo Regime: política, sociedade e cultura

 

PROPONENTES: 

Fabiano Vilaça dos Santos (Doutorado em História pela USP) - Professor Adjunto UERJ

Mônica da Silva Ribeiro (Doutorado em História pela UFF) - Professora Adjunta UFRRJ

 

JUSTIFICATIVA:

Esse simpósio pretende ser um espaço de debate para pesquisas que trabalham com a ordem política, a administração, a governação, a vida social e cultural nos reinos e no ultramar dos impérios ibéricos durante o Antigo Regime.

Um dos principais pontos sublinhados pelas atuais perspectivas de investigação histórica ressalta que os impérios ultramarinos de Portugal e de Espanha na forma de ser da sua administração, governação e vida social, reproduziam as estruturas que davam forma e conteúdo ao Antigo Regime vivenciado por essas monarquias na Europa. Por outro lado, ao considerarem as características essenciais da sociedade portuguesa e espanhola na Época Moderna, as pesquisas indicam a natureza pluricontinental e compósita da monarquia portuguesa e espanhola embaladas por uma ordem sinodal, corporativa e jurisdicional que caracterizava, dava vida e dinâmica ao seu Antigo Regime.

Esse simpósio temático propõe-se também a debater os elementos constitutivos e as formas de pensar o político nas e das monarquias ibéricas e as singularidades de suas conquistas ultramarinas, seja nos seus elementos próprios e constitutivos da vida no mundo atlântico ibérico, seja enfatizando a natureza e tessitura das redes sócio-políticas e governativas, bem como resgatando determinadas hierarquias e trajetórias políticas e sociais que conferiam materialidade e governabilidade aos espaços ultramarinos desses impérios. Entendemos também que o estudo e a pesquisa dos aspectos políticos estão intimamente vinculados com a cultura, a sociedade e a economia, articulações essenciais para a compreensão das dinâmicas que moviam o Antigo Regime nas monarquias ibéricas e nas suas conquistas.

Por fim, compreendemos que o império português, estendeu-se pelo Atlântico e pelo Índico, levou o Antigo Regime luso para esses espaços, unificando essas várias regiões com a montagem de redes administrativas, sociais e econômicas, articulando espaços, homens e culturas por meio de suas práticas governativas, do seu comércio, dos seus valores religiosos.  

Por isso, esse simpósio pretende ser espaço de debate para pesquisas sobre a administração, a governação, a vida social e cultural no ultramar dos impérios ultramarinos ibéricos durante o Antigo Regime e se propõe a debater: 1) A governação nas conquistas Ultramarinas: a administração, os conflitos e a negociação política, as redes sociais e administrativas construídas, as trajetórias e as carreiras político-administrativas, as capitanias e o poder local e suas Câmaras Municipais; 2) As monarquias ibéricas no Antigo Regime: a monarquia compósita espanhola e a pluricontinental portuguesa, a União Ibérica, a ordem sinodal dominante, a organização e dinâmica da sociedade de corte no ultramar; 3) O Mundo ultramarino Atlântico e oriental: as viagens, a expansão e as conquistas ultramarinas, a cultura e organização político-social da América, África e Ásia.

Palavras chave: Administração e governos coloniais; trajetórias políticas e sociais; Câmaras e poder local; reinos e ultramar ibérico.

 

BIBLIOGRAFIA BÁSICA:

ALVEAL, Carmen. M. O. Os desafios da governança e as relações de poder na Capitania do Rio Grande na segunda metade do século XVII. In: Capitania do Rio Grande: história e colonização na América Portuguesa. João Pessoa/Natal: Ideia/EDUFRN, 2013, p. 27-44.

COSENTINO, Francisco Carlos. Governadores gerais do Estado do Brasil (séculos XVI-XVII): ofício, regimentos, governação e trajetórias. São Paulo: Annablume Editora, 2009.

GIL PUJOL, Xavier. Tiempo de política. Perspectivas historiográficas sobre la Europa Moderna. Barcelona: Publicacions i EdicionsUniversitat de Barcelona, 2006.

GOUVÊA, Maria de Fátima Silva. Redes governativas portuguesas e centralidades régias no mundo português, c. 1680-1730. In: Na Trama das Redes. Política e negócios no Império português, séculos XVI-XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010, 155-202.

HESPANHA, António Manuel. As vésperas do Leviathan. Coimbra: Almedina, 1994.

RIBEIRO, Mônica da Silva. "Razão de Estado" e pombalismo. Os modos de governar na administração de Gomes Freire de Andrada. In: FALCON, Francisco José Calazans, RODRIGUES, Claudia. A "Época Pombalina" no mundo luso-brasileiro. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2015, p. 91-124.

RIVERO RODRIGUES, Manuel. La edad de oro de losvirreyes. Madrid: EdicionesAkal, 2011.

SANTOS, Fabiano Vilaça dos. O governo das conquistas do norte: trajetórias administrativas no Estado do Grão-Pará e Maranhão (1751-1780). São Paulo: Editora Annablume, 2011.

VALLADARES, Rafael. La Rebelión de Portugal. 1640-1680. Valladolid: Junta de Castilla y Leon-Consejeria de Educación y Cultura, 1998.

 

Mônica Ribeiro
Coordenadora do curso de graduação em História - PARFOR - UFRRJ/IM

Professora Adjunta de História Moderna - UFRRJ/Campus Nova Iguaçu

Pesquisadora do Antigo Regime nos Trópicos (CNPq)

Pesquisadora dos Impérios Ibéricos no Antigo Regime (CNPq)

 

 

 

 

 

 

ST 3 - Memória, História e Poder Político no Brasil Republicano

Prof. Mestre Marcondes Alexandre da Silva

(SEEC/RN e SMEC de Serra Caiada/RN)

O presente Simpósio Temático é um espaço voltado ao estudo das Memórias Políticas e da História do Poder dos chefes e/ou agentes políticos e sociais, religiosos e laicos, que de algum modo agiram/agem na lembrança e esquecimento, para construção de uma memória/representação/imagem do Brasil Republicado, do final do século XIX aos dias atuais. A partir de uma história política renovada, que analisa os sujeitos e os grupos de parentelas, que dominam as terras, os meios econômicos, as telecomunicações, as profissões mais influentes (ligadas ao direto, medicina, engenharia), os partidos políticos locais/regionais e os empregos nos órgãos públicos. Bem como, as instituições do governo, que são utilizadas como bem de famílias que controlam comunidades, cidades, conjunto de municípios e/ou até Estados, pela utilização da coisa pública, como se essas fossem privativas. Assim, procuraram-se trabalhos que analisem e critiquem o processo de formação do país, no período Republicano (1889-2017), nos diferentes aspectos, a partir do estudo dos documentos escritos, vídeos, músicas, entrevistas (história oral), fotografias e outras fontes que tratam da(s) Cultura(s) Política(s) brasileira(s) como uma construção inacabada.

 

PALAVRAS-CHAVE: Memória, Poder Político e Nordeste Republicano.

 

Referência Bibliográfica:

BALANDIER, Georges. O poder em cena. Tradução de Luiz Tupy Caldas de Moura. Brasília: Editora Universitária de Brasília, 1982.

BERSTEIN, Serge. Culturas políticas e historiografia. In: AZEVEDO, Cecília et al. (Orgs.) Cultura política, memória e historiografia. Rio de Janeiro: FGV, 2009. p. 29-46.

______, Serge. A cultura política. In: RIOUX, Jean-Pierre; SIRINELLI, Jean François. Para uma história cultural. Lisboa: Estampa, 1998. p. 349-363.

BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembranças de velhos. 13. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

CERTEAU, Michel de. A Operação Historiográfica. In: A escrita da história. Rio de Janeiro/RJ. Editora Forense Universitária, 2002.

CHARTIER, Roger. A história ou a leitura do tempo. Tradução de Cristina Antunes. 2. e. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010.

______. Cultura política e cultura popular no Antigo Regime. In: História e cultura: entre práticas e representações. Tradução de Maria Manuela Galhardo. Rio de Janeiro: Beltran Brasil, 1990. p. 183-2013 (Col. Memória e Sociedade).

FORTUNATO, Maria Lucinete. O conceito de Coronelismo e a imagem do coronel: de símbolo a simulacro do poder local. Campina Grande, PB: EDUFCG, 2008. 195

GIRARDET, Raoul. Mitos e mitologias políticas. Tradução de Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.

GOMES, Ângela de Castro. História, Historiografia e Cultura Política no Brasil: algumas reflexões. In: SOIHET, Rachel; BICALHO, Maria Fernanda B.; GOUVÊA, Maria de Fátima Silva (Orgs). Culturas Políticas: ensaios de história cultural, história política e ensino de história. Rio de Janeiro: Mauad, 2005. p. 21-44.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. Tradução de Laurent Léon Schaffter. São Paulo: Vértice, 1990.

JULLIARD, Jacques. A Política. In: LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre. História: novas abordagens. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976. p.180-196.

KOSELLECK, Reinhart. "Espaço de experiência" e "horizonte de expectativa": duas categorias históricas. In: Futuro passado. Contribuição à semântica dos tempos históricos. Tradução de W ilma Patrícia Maas e Carlos Almeida Pereira. Rio de Janeiro: Contraponto; Ed. PUC-Rio, 2006. p. 305 a 327.

LE GOFF, Jacques. A política será ainda a ossatura da história? In: O maravilhoso e o quotidiano no Ocidente Medieval. Lisboa: Edições 70, 1983. p. 221-242.

______. Memória. In: História e Memória. 5. ed. Tradução de Bernardo Leitão et al. Campinas, SP: UNICAMP, 2003.

LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, enxada e voto: O município e o regime representativo no Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.

LEWIN, Linda. Política e parentela na Paraíba: um estudo de caso da oligarquia de base familiar. Tradução de André Villalobos. Rio de Janeiro: Record, 1993.

MOTTA, Rodrigo Patto Sá (Org.). Culturas políticas na História: novos estudos. Belo Horizonte: Argumentum, 2009.

PINTO, Isabel de Oliveira. Genealogia Sertaneja: Famílias Pinto e Oliveira: Do Brejo Paraibano e da Borborema Potiguar. Brasília: Kiron, 2012.

RÊGO, André Heráclio. Família e coronelismo no Brasil: uma história de poder. São Paulo: A Girafa, 2008.

RÉMOND, René. Uma história presente. In: RÉMOND, René (Org.). Por uma História Política. Rio de Janeiro: UFRJ/FGV, 1996. p. 13-36.

SILVA, Lemuel Rodrigues da. Os Rosados Encenam: estratégias e instrumentos da consolidação do mando. Mossoró, RN: Queima Bucha, 2004.

SPINELLI, José Antonio. Coronéis e oligarquias no Rio Grande do Norte: (Primeira República) e outros estudos. Natal: EDUFRAN, 2010a.

______. Getúlio Vargas e a oligarquia potiguar: 1930-35. Natal: EDUFRAN, 2010b.

TRINDADE, João Felipe da. Mais Notícias Genealógicas do Rio Grande do Norte. Natal: EDUFRAN, 2013.

______. Notícias Genealógicas do Rio Grande do Norte. Natal: EDUFRAN, 2011.

VILAÇA; ALBUQUERQUE. Coronel, coronéis. 4. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.

 

ST 4 - História Política da repressão: proibições às práticas desviantes no brasil republicano

 

Prof. Me. Tásso Brito (UFPE)

Prof. Me. Felipe Aires (UFPE)

 

O presente simpósio tem como objetivo agregar trabalhos sobre a repressão e sobre práticas desviantes. Em diversos momentos da história republicana brasileira as políticas estatais se efetivaram através de movimentos de repressão, seja política, jurídica, policial ou cultural. Estudar esses movimentos é tentar compreender a barbárie inerente à cultura, pois como alerta Walter Benjamin, nunca houve cultura sem barbárie. Assim, passamos a entender as repressões, mesmo as mais violentas, como dispositivos criadores de subjetividades, que tentam impor um modo de viver, principalmente àqueles considerados desviantes à norma. Umbandistas, curandeiros, homossexuais, comunistas, black blocs, são alguns exemplos de reprimidos politicamente em momentos distintos de nossa história. Pessoas que tiveram suas práticas proibidas para o estabelecimento de um projeto político.

 

Bibliografia

 

AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer: O poder soberano e a vida nua. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

 _________________. O que é o Contemporâneo? E outros ensaios. Santa Catarina: Argos, 2009.

 _________________. Estado de Exceção. São Paulo: Boitempo, 2004.

BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas volume 1: Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1994.

 ________________. Documentos de cultura, documentos de barbárie: escritos escolhidos. São Paulo: Cultrix Editora. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1986

CANEIRO, Ana; CIOCCARI, Marta. Retrato da Repressão no Campo - Brasil 1962-1985 - Camponeses torturados, mortos e desaparecidos. Brasília: MDA, 2010.

CARVALHO, Antônio Carlos Duarte de. Curandeirismo e medicina: práticas populares e políticas estatais de saúde em São Paulo nas décadas de 1930 e 1940 / Antonio Carlos Duarte de Carvalho. - Londrina: Ed. UEL, 1999.

CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: O Longo Caminho. Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira, 2011

CERTEAU, Michel. A Invenção do Cotidiano: 1. Artes de Fazer. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

FICO, Carlos. Como Eles Agiam. Os Subterrâneos da Ditadura Militar: Espionagem e Polícia Política. Rio de Janeiro: Record, 2001.

FOUCAULT, Michel. A verdade e as formas jurídicas, Rio de Janeiro: NAU, 2003.

___________________. A Ordem do Discurso. São Paulo: Edições Loyola, 2009.

___________________. Os anormais. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

FRANCO, Marina. Anticomunismo, subversíon y patria: Construcciones culturales e ideológica em la Argentina de lós 70. In CALLANDRA, Bernadetta. FRANCO, Marina. La guerra fria cultural en América latina. Buenos Aires: Biblos, 2012.

GAGNEBIN, Jeanne Marie. Lembrar escrever esquecer. São Paulo: Ed. 34, 2006. ______________________. História e Narração em Walter Benjamin. São Paulo: Perspectiva, 2011.

 ______________________. O preço de uma reconciliação estorquida. In. TELES, Edson; SAFATLE, Vladimir. O que resta da ditadura. São Paulo: Boitempo, 2009.

GIANORDOLI-NASCIMENTO, Ingrid Faria; TRINDADE, Zeidi Araújo; SANTOS, Maria de Fátima de Souza. Mulheres e militância: encontros e confrontos durante a ditadura militar. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012.

GOULART, Silvana. Sob a verdade oficial: ideologia, propaganda e censura no Estado Novo. São Paulo: Marco Zero, 1990.

MACIEL, Wilma Antunes. O Capitão Lamarca e a VPR. Repressão Judicial no Brasil. São Paulo, Sp: Alameda, 2006.

MARTIN-CHENUT, Kathia. O sistema penal de exceção em face do direito internacional dos direitos humanos. In SANTOS, C.M. et all. Desarquivando a ditadura: Memória e justiça no Brasil. São Paulo: Editora Hucitec, 2009.

MARTINS FILHO, João Roberto. Tortura e ideologia: os militares brasileiros e a doutrina da guerre révolutionnaire (1959-1974). In SANTOS, C.M. et all. Desarquivando a ditadura: Memória e justiça no Brasil. São Paulo: Editora Hucitec, 2009.

MIRANDA, Carlos Alberto Cunha. Da Polícia médica à cidade higiênica. Disponível em: <https://www.ufpe.br/proexc/images/publicacoes/cadernos_de_extensao/saude/policia.htm>.

MONTENEGRO, Antônio Torres. Ação trabalhista, repressão policial e assassinato em tempos de regime militar. In Topoi, v. 12, n. 22, jan.-jun. 2011 p. 228-249. Acesso em 30 de janeiro de 2015: http://www.revistatopoi.org/numero_atual/topoi22/topoi%2022%20- %20artigo%2013.pdf

PANDOLFI, Dulce Chaves. Pernambuco de Agamenon Magalhães. Fundação Joaquim Nabuco. Editora Massangana. Recife, 1984.

______________________. REPENSANDO o Estado Novo. Organizadora: Dulce Pandolfi. Rio de Janeiro: Ed. Fundação Getulio Vargas, 1999.

PEREIRA, Anthony W. Ditadura e Repressão: O Autoritarismo e o Estado de Direito no Brasil, no Chile e na Argentina. São Paulo, SP: Paz e Terra, 2010.

PORFÍRIO, Pablo. Medo, comunismo e revolução Pernambuco (1959-1964). Recife: Ed. Universitária UFPE, 2009.

REIS FILHO, Daniel Aarão. Ditadura e Democracia no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Zahar, 2014.

REZENDE, Maria José. A ditadura militar no Brasil: repressão e pretensão de legitimidade (1964-1984). Londrina: Ed. Uel, 2001.

SÁ MOTTA, Rodrigo Patto. Em guarda contra o perigo vermelho: o anticomunismo no Brasil (1917-1964). São Paulo: Perspectiva, 2002.

SANTANA, Martha M. F. de Carvalho. Poder e intervenção Estatal. Paraíba (1930 - 1940). João Pessoa: Editora Universitária / UFPB, 1999.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil - 1870-1930 / Lilia Moritz Schwarcz. - São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

SCHRITZMEYER, Ana Lúcia Pastore. Sortilégio de saberes: curandeiros e juízes nos tribunais brasileiros: (1900 - 1990) / Ana Lúcia Patore Schritzmeyer. - São Paulo: IBCCRIM, 2004.

SILVA, Marcília Gama da. Informação, Repressão e Memória. A construção do estado de exceção no Brasil na perspectiva da DOPS-PE (1964-1985). Recife: Editora UFPE, 2014.

SILVEIRA, Mariana Morais. De uma República a outra: notas sobre os Códigos Penais de 1890 e 1940. In: Revista do CAAP / Belo Horizonte. Número Especial: I Jornada de Estudos Jurídicos da UFMG. Jul/dez, 2010

ZAVERUCHA, Jorge. Polícia Civil de Pernambuco: o desafio da reforma. Recife: Editora Universitária, 2003.

 

 

ST 5 - A HISTÓRIA DO BRASIL RECENTE: DEMOCRACIA E AUTORITARISMO ENTRE DOIS GOLPES DE ESTADO

Cláudia Viscardi (UFJF) e Américo Freire (CPDOC/FGV)

 

O Simpósio temático tem como objetivo reunir trabalhos voltados para os estudos da história recente do Brasil republicano, do golpe de 1964 aos dias atuais. Durante este período, o país viveu um processo que alternou experiências autoritárias e democráticas, com conquistas sociais e perda de direitos. Foi um período de fortalecimento de algumas instituições e fragilização de outras. De duas constituições marcadamente diferentes entre si, a de 1967 e a de 1988, a primeira autoritária e a segunda democrática. De avanços em direção a um Estado de bem-estar social à perda de históricas conquistas. É sobre esta instabilidade que pretendemos discutir, com o fim de compreender a história recente do país a partir das dificuldades de estabilização de seu processo democrático. Trabalhos em diversos campos da história do período serão bem-vindos.

 

Bibliografia:

CASTRO, Hebe et alii. Historiadores pela democracia: o golpe de 2016, a força do passado. Rio de Janeiro: Alameda, 2016.

CITTATINO, Gisele et alii (org.) A resistência ao golpe de 2016. Rio de Jneiro: Canal 6, 2016.

CODATO, Adriano. Sistema estatal e política econômica no Brasil pós-64. São Paulo : Hucitec, 1997.

DINIZ, E.; BOSCHI, R. & LESSA, R. (orgs.). Modernização e consolidação democrática no Brasil : dilemas da Nova República. São Paulo: Vértice, 1989. 

FICO, Carlos. O Golpe de 1964: momentos decisivos. Rio de Janeiro: FGV, 2005.

LINZ, J. & STEPAN. A. A transição e consolidação da democracia : a experiência do Sul da Europa e da América do Sul. São Paulo : Paz e Terra, 1999.

NAPOLITANO, Marcos. 1964: História do regime militar brasileiro. São Paulo: Contexto, 2014.

NICOLAU, Jairo J. M. (org.).  Dados eleitorais do Brasil (1982-1996). Rio de Janeiro: Revan, 1998.

RANCIÈRE, J. Ódio à democracia. São Paulo: Boitempo, 2014. 

SANTOS, W. G.  Poder e política: crônica do autoritarismo brasileiro. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1978. 

SINGER, André. Os sentidos do Lulismo: reforma gradual e pacto conservador. São Paulo: Cia das Letras, 2012.

SORJ, B. & ALMEIDA, M. H. T. (orgs.). Sociedade e política no Brasil pós-64. São Paulo: Brasiliense, 1983.

SOUZA, Jessé.  A radiografia do golpe. Rio de Janeiro: Editora Leya, 2016.

STEPAN, A. (org.). Democratizando o Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

WERNECK VIANNA, Luiz et alii, A judicialização da política e das relações sociais no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Revan, 1999.

 

ST 6 - História política e poder local: conformações do poder, ideias e representações políticas no Brasil republicano

Dr. Martinho Guedes dos Santos Neto (UFPB)

Drª. Josineide da Silva Bezerra (UFPB)

 

Este Simpósio objetiva agregar trabalhos dedicados ao estudo da História Política no Brasil Republicano, com um viés mais especialmente voltado à história local. Intentamos congregar historiadores e outros estudiosos das ciências humanas e sociais na apresentação e discussão de suas pesquisas, sejam estas já realizadas ou ainda em andamento. Igualmente, buscamos fomentar reflexões quanto a tramas do poder e suas relações com o local; acerca das conformações do poder e das ideias políticas; e, do mesmo modo, quanto ao personalismo e às apropriações do pensamento social e político. Essas reflexões dão amparo a um vasto campo de debates no que atina à história política e à história do Brasil republicano, abrindo-se espaço a discussões relativas às relações do local com as culturas políticas, sem se perder de vista a cultura jurídica, a cultura religiosa e institucional.

Pensamos o simpósio sob a mediação de temas como partidos, eleições, instituições políticas, atores e elites políticas, pensamento político, social e jurídico e suas relações com a política e com o poder local. Temas que, no campo de uma renovação dos estudos e pesquisas sobre o político, inscrevem-se na busca de uma interlocução com a História Cultural e Social, bem como com outros saberes, a exemplo da Ciência Política e da Geografia Política. Isso, amparando-se em categorias de análise como práticas, representações, relações de poder, discursos, territórios e territorialidades.

Ao aprofundar o conhecimento desses temas e procurar articulá-los entre si, pretendemos ampliar a compreensão de/em que consistiu(e) o fazer política no Brasil, no decorrer da história republicana.

 

Referências

COSTA, Luiz Domingos. Os representantes dos estados no Congresso: composição social e carreira política dos senadores brasileiros (1987-2007). 2010. Universidade Estadual de Campinas, Campinas - SP, 2010.

DIAS, Edmundo Fernandes. Política brasileira: embate de projetos hegemônicos. São Paulo: Instituto José Luiz e Rosa Sundermann, 2006.

HAESBAERT, Rogério. O mito da desterritorialização: do "fim dos territórios" à multiterritorialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.

LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: alfa ômega, 1975.

LEWIN, Linda. Política e parentela na Paraíba: um estudo de caso da oligarquia de base familiar. Rio de Janeiro: Record, 1993.

OLIVEIRA, Thiago de. O poder local e o federalismo brasileiro. Belo Horizonte: Fórum, 2010.

RODRIGUES, Leôncio Martins. Partidos, ideologia e composição social: um estudo das bancadas partidárias na Câmara dos Deputados. São Paulo: Edusp, 2002.

ROSAVALON, Pierre. Por uma História do político. São Paulo: alameda, 2010.

SILVA, Rodrigo Santos Da. Senado: casa de senhores? Os perfis de carreira dos senadores eleitos entre 1990-2006. 2010. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre - RS, 2010.

VISCARDI, Cláudia Maria Ribeiro. O teatro das oligarquias: uma revisão da política do café com leite. Belo Horizonte: Fino Trato, 2012.

 

 

ST 7 - HISTÓRIA INTELECTUAL, DO LIVRO E DA LEITURA: DEBATES POLÍTICOS.

Gilberto Gilvan Souza Oliveira

Doutorando e Mestre em História Social pelo PPGH-UFC.

 

O presente Simpósio Temático pretende debater sobre os objetos e os procedimentos teóricos e metodológicos voltados à história intelectual, do livro e da leitura e seus temas convergentes, relacionando o debate sobre edição e publicação com o poder da escrita, do impresso e suas correlações políticas. Trata-se de pensar sobre as conexões entre a cultura escrita e a ação dos sujeitos nos processos de fabricação do objeto livro, nas performances de leitura e na atuação de autores e escritores, seja a partir da literatura, da história, da sociologia ou de outras áreas do conhecimento. Nesse sentido, iremos acolher trabalhos que investigam as experiências dos sujeitos, como eles produzem os objetos e como os objetos (imbuídos de poderes (auto)legitimadores) são produtores de autores, escritores e intelectuais. Para tanto, acreditamos que tais investigações podem ser realizadas através de diversas tipologias documentais.

 

Bibliografia Básica:

ARENDT, Hannah. O que é política? 4ª Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.

BRAGANÇA, Aníbal; ABREU, Márcia (orgs). Impressos no Brasil: dois séculos de livros brasileiros. São Paulo: Editora Unesp, 2010.

CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. Livros proibidos, ideias malditas. 2ª Ed. São Paulo: Ateliê Editorial, PROIN - Projeto Integrado Arquivo do Estado/USP; Fapesp, 2002.

CHARTIER, Roger. A mão do autor e a mente do editor. São Paulo: Editora Unesp, 2014.

DARNTON, Robert. A questão dos livros: passado, presente e futuro. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

DE LUCA, Tânia Regina. Leituras, projetos e (re)vista(s) do Brasil (1916-1944). São Paulo: Editora Unesp, 2011.

MICELI, Sérgio. Intelectuais e classe dirigente no Brasil (1920-1945). São Paulo, Difel, 1979.

MOLLIER, Jean-Yves. O dinheiro e as letras: história do capitalismo editorial. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2010.

REMOND, René. Por uma história política. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003.

 

ST 8 - Simpósio Temático - Participação da mulher na política partidária, histórias de vida e laços familiares

Gloria Rabay  - Doutoranda em História - Universidade Federal de Goiás (UFG)

gloria.rabay@gmail.com

Dayanny Deyse Leite Rodrigues -  Doutora em Ciências Sociais - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

dayannydeyse@hotmail.com

 

 

A mulher foi, desde a antiguidade, excluída dos espaços de poder e de tomada de decisões políticas. Neste sentido, a luta pela garantia dos direitos políticos das mulheres, como o direito de votar e de se eleger constituiu-se numa das primeiras bandeiras do movimento feminista. Entretanto, a conquista no campo da política formal tem se dado de forma gradual e muito lenta, sem garantir a participação equitativa nos espaços de poder. Além disso, como a família tem sido um dos componentes característicos da forma de fazer política e tem um papel considerável no esteio do poder tradicional, a participação feminina, está em geral, atrelada a esquemas familiares (RABAY, 2008, pag.205). Este poder político tradicional, como os bens materiais, pode se constituir em capital a ser transmitido por herança.

As práticas de transmissão de herança material ou simbólica dizem muito a respeito da cultura e da forma como o poder é distribuído na sociedade. Em se tratando de capital político, como uma forma de "capital simbólico" a ser herdado, a "herança" não é certa, pois precisa ser conquistada pelo herdeiro ou herdeira (BOURDIEU, 2004). O modelo oligárquico de base familiar, que projeta familiares para o campo político é, dominado pela figura masculina, ainda que já se encontrem figuras femininas de prestígio e poder. Apesar disso, há motivos para se acreditar que ainda são poucos os investimentos familiares na preparação das mulheres para o êxito do "empreendimento de sucessão" (BOURDIEU, 1997), no âmbito político, uma vez que mesmo em suas famílias, em geral, não se espera, nem se preparam as mulheres para assumirem a liderança política do grupo.

O presente Simpósio Temático propõe discutir sobre a participação feminina na política partidária, suas trajetórias e interferências familiares. Na perspectiva do que se convencionou chamar de "Nova História Política", abriu-se a possibilidade de análise de diferentes grupos sociais, dentre eles, as mulheres e sua atuação nos espaços públicos, em especial a política partidária. Envolto na discussão da retomada da História Política, as últimas décadas foram marcadas por intensas transformações sociopolíticas que possibilitaram a visibilidade social da mulher e sua incorporação como tema na produção historiográfica. Dessa forma, o simpósio pretende contribuir com a construção de um conhecimento histórico nos campos da história política, história do Brasil e história do Brasil republicano, que leve em conta a participação feminina no campo da política partidária.

 

Bibliografia básica

ALVES, José Eustáquio Diniz. Mulheres Candidatas e Eleitas nas Prefeituras Brasileiras. Primeiro Turno das Eleições de 2004. Escola Nacional de Ciência Estatística (ENCE) do IBGE. São Paulo, 2001.

AVELAR, Lúcia. Mulheres na elite política brasileira. São Paulo: Centro de Estudos Konrad Adenauer Stifting, 2001.

BARREIRA, Irlys. Imagens ritualizadas: Apresentação de mulheres em cenários eleitorais. Fortaleza, CE: Universidade Federal do Ceará/ CNPq-Pronex; Campinas, SP: Pontes Editores, 2008.

BERNSTEIN, Serge. "A Cultura política". In: SIRINELLI, Jean-Françoise; RIOX, Jean-Pierre (orgs.). Para uma história cultural. Lisboa: Estampa. 1998. p. 349 - 364.

BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. Tradução Fernando Tomaz (português de Portugal) - 15. ed. - Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011.

______. A questão da herança in As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário/ tradução de Maria Lúcia Machado.  São Paulo: Companhia da Letras, 1996

______.A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2004b

CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil. O longo Caminho. 18ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.

COSTA, Ana Alice Alcântara. As donas no poder. Mulher e política na Bahia. Salvador: Neim-UFBA; Assembléia Legislativa da Bahia, 1998

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Organização e tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

JULLIARD, Jacques. A Política. In: LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre. História:Novas Abordagens. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995, p. 180-196.

LE GOFF, Jacques. "A política será ainda a ossatura da história?". In LE GOFF,Jacques. O maravilhoso cotidiano no Ocidente Medieval. Lisboa: Edições 70, 1983,p. 221-242.


LEWIN, Linda. Política e Parentela na Paraíba. Um Estudo de Caso da Oligarquia de Base Familiar. Rio de Janeiro: Record, 1993.

MOTTA, Rodrigo Pato (org.). Cultura Política na História: novos estudos. Belo Horizonte: Argumentum/FAPEMIG. 2000.

PINHEIRO, Luana Simões. Vozes Femininas na Política: uma análise sobre mulheres parlamentares no pós-constituinte. Brasília: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, 2007.

PINSKY, Carla Bassanezi; PEDRO, Joana Maria (Org.). Nova História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Editora Contexto, 2012.

PRIORE, Mary del (org.). História das mulheres no Brasil. São Paulo: Editora Contexto, 2004.

PRIORE, Mary del A Família no Brasil Colonial, São Paulo, Moderna, 1999.

RABAY, Gloria; CARVALHO, Maria Eulina Pessoa de. Mulher e Política na Paraíba. Histórias de vida e luta. João Pessoa: Assembleia Legislativa da Paraíba:Editora da UFPB, 2010.

RÉMOND, René. (Org.). Por uma História Política. Tradução de Dora Rocha. Rio de Janeiro: FGV/UFRJ, 1996.

 

 

ST 9 - Os sentidos da História ensinada: miradas sobre processos formativos, experiências curriculares e do PIBID e produções educacionais

 

Resumo:

Nas últimas décadas é perceptível a intensificação das discussões que abordam os conhecimentos históricos e suas múltiplas formas de produção, divulgação e ensino. Geralmente motivadas por demandas socioculturais, tais altercações estão sendo travadas nos mais diferentes espaços, contando com a participação de órgãos governamentais, associações científicas e profissionais, instituições públicas e privadas. No escopo de pesquisadores, professores e demais grupos interessados, as experiências curriculares que focalizam produções historiográficas, narrativas históricas escolares ou práticas de memória trazem à tona a diversidade de projetos e concepções culturais em disputa, efetivas batalhas de percepções perpassadas por intencionalidades, tensões e contradições. Nesse sentido, produções acadêmicas, saberes escolares e memórias históricas são avaliados continuadamente, considerando-se seus sentidos na articulação entre visões de mundo e projetos políticos em construção. Com base nesses pressupostos e frente às tendências culturais contemporâneas, dentre as quais podemos destacar as práticas de compartimentalização, hierarquização e dicotomização dos conhecimentos, bem como a busca da construção de currículos multiculturais contemplando visões descoloniais não eurocêntricas, propomos um espaço de reflexão acerca dos desafios e potencialidades dos conhecimentos da área, abarcando processos formativos, experiências educacionais formais e não formais, por meio de diferentes suportes, linguagens, métodos e sujeitos. Dessa maneira, este simpósio procura contribuir com os debates que analisam a produção, circulação, distribuição e apropriação dos discursos historiográficos, das publicações destinadas ao público escolar, dos produtos midiáticos, em diferentes temporalidades e espacialidades. Ao privilegiarmos a interlocução entre os campos da História e da Educação, pretendemos reunir os pesquisadores que discutem os sentidos e a historicidade das experiências educacionais construídas socialmente, dos currículos prescritos ou praticados, das vivências e práticas no âmbito do PIBID,  das produções (didáticas, literárias, jornalísticas, dentre outras) e das concepções mais amplas de formação docente.

 

Bibliografia:

 

BENJAMIN, W. Passagens. Belo Horizonte: Editora UFMG; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2009.

______. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.

BITTENCOURT, C. M. F. Ensino de história: fundamentos e métodos. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2008.

BUENO, J. B. G.; PINTO JR., A.; GUIMARÃES, M. F. Formação de professores de história: o desenvolver das noções de interação, de significação e de identidade. Revista Territórios & Fronteiras, Cuiabá, vol. 8, n. 1, p. 93-112, jan./jun. 2015.

CAIMI, F. E. Aprendendo a ser professor. Passo Fundo/RS: Ed. Universidade de Passo Fundo, 2008.

CERRI, L. F. Uma proposta de mapa do tempo para artesãos de mapas do tempo: história do ensino de história e didática da história. IN: MONTEIRO, A. M.; GASPARELLO, A. M.; MAGALHÃES, M. S. Ensino de História. Sujeitos, saberes e práticas. Rio de Janeiro: Mauad X: FAPERJ, 2007.

CHOPPIN, A. Os manuais escolares na França e a formação do cidadão. Veritas, Porto Alegre, v. 43, nº especial, 1998.

DUSSEL, E. Filosofia de la liberación. Bogotá: Editorial Nueva America, 1996.

GALZERANI, M. C. B. O almanaque, a locomotiva da cidade moderna: Campinas, décadas de 1870 e 1880. Campinas: UNICAMP/CMU Publicações, 2016.

GAY, P. A experiência burguesa da Rainha Vitória a Freud: a educação dos sentidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

GOODSON, I. F. Currículo: teoria e história. Petrópolis: Vozes,1995.

JULIA, D. A cultura escolar como objeto histórico. Revista Brasileira de História da Educação, Campinas, nº 1, p. 9-43, jan./jun. 2001.

MATTOS, I. R. de (org.). Histórias do ensino da História no Brasil. Rio de Janeiro: Access, 1998.

PINEAU, P. (dir). Escolarizar lo sensible. Estudios sobre estética escolar (1870-1945). Buenos Aires: Editorial Teseo, 2014.

QUIJANO, A. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, E. (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Colección Sur Sur. Buenos Aires: CLACSO, 2005, p. 117-142.

SENNETT, R. O declínio do homem público: as tiranias da intimidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

THOMPSON, E. P. Costumes em Comum. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

VICENT, G.; LAHIRE, B.; THIN, D. Sobre a história e a teoria da forma escolar. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 33, p. 7-47, jun. 2001.

VIDAL, D. G. Culturas escolares: estudo sobre práticas de leitura e escrita na escola pública primária (Brasil e França, final do século XIX). Campinas: Autores Associados, 2005.

 

Justificativa: Ao elencar áreas do conhecimento relacionadas aos campos da História e da Educação, este simpósio temático pretende reunir professores e pesquisadores que refletem sobre as interfaces existentes entre a História Cultural, a História da Educação e o ensino de História. Entre as propostas desse espaço de discussão destaca-se o estabelecimento de interlocuções que abarquem os conhecimentos históricos como componentes fundamentais para a construção das identidades dos sujeitos em distintas dimensões e instâncias do cotidiano. Tais diálogos situam os conhecimentos históricos em posições privilegiadas, pois podem envolver múltiplas questões como a formação do cidadão até sua efetiva participação na vida política. Nessas perspectivas, trabalhos que focalizam experiências educacionais vêm sendo desenvolvidos por pesquisadores brasileiros e estrangeiros, dentre os quais citamos: os estudos que procuram investigar as práticas escolares que estabelecem o "que ensinar" e "como ensinar" (BITTENCOURT, 2008; CERRI, 2007; PINEAU, 2014), as controvérsias acerca do sentido e importância do ensino de História (GASPARELLO; MAGALHÃES; MONTEIRO, 2007), o processo de formação de professores (BUENO; PINTO JR.; GUIMARÃES, 2015; CAIMI, 2008), o surgimento de práticas educativas diferenciadas na longa duração da forma escolar (VICENT; LAHIRE; THIN, 2001) e as intencionalidades das práticas docentes em diversas culturas escolares (JULIA, 2001; VIDAL, 2005). Este simpósio contempla ainda as perspectivas de investigação que focalizam as concepções de modernidade (BENJAMIN, 2009; GALZERANI, 2016), educação dos sentidos (GAY, 1988), experiência e cultura (THOMPSON, 1998) e descolonialidades do poder e do saber (DUSSEL, 1996; QUIJANO, 2005). Acreditamos que os conceitos selecionados podem potencializar o alargamento das noções de conhecimento histórico e experiências educacionais, tanto no aspecto dos sujeitos envolvidos, como no que se refere às relações concebidas entre os sujeitos, as quais abrem perspectivas dinâmicas, ambivalentes, contraditórias (de dominação e/ou de resistência), de imbricações de práticas e de sentidos entre diferentes dimensões socioculturais. Em outras palavras, esta proposição busca articular discussões que ampliem as visões sobre os conhecimentos focalizados - diretamente relacionados à dimensão do vivido - nas complexas teias dos saberes educacionais historicamente constituídos.

Nome(s) do(s) coordenador(es), titulação e vínculo institucional do(s) coordenador(es)

Prof. Dr. Antônio Manoel Elíbio Jr.

Titulação: Doutorado em História Social (UNICAMP), Pós-Doutor em Ciência Política (UFPE).

Vínculo institucional:

Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN.

 

Prof. Dr. João Batista Gonçalves Bueno

Titulação: Doutorado em Educação (UNICAMP)

Vínculo institucional:

CH - Curso de História - Guarabira - Universidade Estadual da Paraíba

PPGFP- Universidade Estadual da Paraíba

PPGH- Universidade Federal da Paraíba

 

ST 10 - História Ambiental: percepções, saberes, políticas e impactos

 

Proponente - Raíssa Orestes Carneiro

 

E-mail - raissaoc10@gmail.com

 

Titulação - Mestre em História pela UFPE

 

Vínculo Institucional - Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

 

Justificativa: Em face das recorrentes discussões acerca da necessidade de preservação do meio ambiente - inclusive para a própria sobrevivência do ser humano - vem se evidenciando a importância da participação de toda a coletividade na proteção dos recursos naturais como forma de cumprimento dos princípios da cidadania e da dignidade da pessoa humana. Com efeito, não há mais como separar, hoje, o debate a respeito das questões ambientais, do debate acerca da própria política e das suas relações de poder. Nesse quadro, pesquisas ligadas à História, ao Direito, à Geografia, às Ciências Ambientais e às mais diversas áreas do conhecimento, são indispensáveis para traçar um panorama amplo e transdisciplinar com o intuito de discutir os usos e protagonismos do meio natural, rural e urbano. Diante disso, este simpósio se destina a estudantes e profissionais interessados num debate múltiplo a respeito das variadas concepções de natureza, dos saberes ligados aos recursos naturais, das políticas públicas envolvendo o meio ambiente e dos impactos provocados pelas diversas atividades humanas na saúde e na sobrevivência das espécies.

 

Referência Bibliográficas:

 

DEAN, Warren. A ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica Brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

 

CROSBY, Alfred W. Imperialismo ecológico: a expansão biológica da Europa, 900-1900. São Paulo: Companhia da Letras, 2011.

 

PÁDUA, José Augusto. Um sopro de destruição: pensamento político e crítica ambiental no Brasil escravista, 1786-1888. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.

 

SCHAMA, Simon. Paisagem e Memória. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

 

THOMAS, Keith. O homem e o mundo natural. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

 

WORSTER, Donald. Para fazer história ambiental. In: Estudos históricos. Rio de Janeiro, vol.4, n.8, 1991.

 

 

 

 

 

 

 

ST 11 - HISTÓRIA, MARXISMO E POLÍTICA

 

Prof. Dr. Faustino Teatino Cavalcante Neto (CDSA/UFCG)

Prof. Dr. José Luciano de Queiroz (UFCG)

O Simpósio propõe um espaço de intercâmbio crítico entre pesquisadores cujas investigações incorporam e desenvolvem pesquisas que dialoguem com a tradição Marxista, cujas experiências de pesquisas remetam para uma diversidade de fenômenos: Estado, Ideologia, modalidades de dominação e resistência, luta de classes, relações classe/gênero/raça, experiências organizativas e práticas culturais das classes e grupos sociais dominantes e subalternos, mundos do trabalho, movimentos sociais, opressões, dentre outros. A centralidade do simpósio reside na abordagem teórica, nucleada na categoria luta de classes, articulando as expressões objetivas da valorização do valor aos aspectos subjetivos das variadas formas de enfrentamento da dominação e das opressões.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

Löwy, Michael. Ideologias e ciencia social: elemento para uma analise marxista. Sao Paulo: Cortez, 2000.

COGGIOLA, Osvaldo. Análises concretas da luta de classes. In: NETTO, José Paulo (Org.) Curso Livre: Marx-Engels. São Paulo: Boitempo, 2015, p. 73-95.

MARX, Karl. Prefácio da Contribuição à crítica da Economia Política de 1859. São Paulo: Expressão Popular, 2008, p. 45-52.

MUSTO, Marcello. Introdução. In: Trabalhadores, uni-vos!: antologia política da I Internacional. São Paulo: Boitempo, 2014, p. 19-88.

BEER, Max. A Segunda Internacional (1889-1914). In: História do Socialismo e das lutas sociais. Lisboa: Centro do Livro Brasileiro, p. 536-558.

KONDER, Leandro. A poesia de Brecht e a Históriawww.iea.usp.br/artigos.

LÖWY, Michael. Marxismo e religião: ópio do povo? In: BORON, Atílio; AMADEO, Javier; GONZÁLEZ, Sabrina (Orgs.). A teoria Marxista hoje: problemas e perspectivas. São Paulo: Expressão Popular, 2007, p. 271-286.

THOMPSON, E. P. A formação da classe operária inglesa. V. 1. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. (Prefácio)

THOMPSON, E. P. Algumas observações sobre classe e "falsa consciência". In: As peculiaridades dos ingleses. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2001, p. 269-281.

DAVIS, Ângela. Mulheres, raça e classe. 1 ed. São Paulo: Boitempo, 2016.

MARX, Karl. O Dezoito Brumário e Cartas a Kugelmann. 5ª edição, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1986.

GRAMSCI, Antônio. Cadernos do Cárcere, vol. 4. - Caderno 22 -Americanismo e Fordismo; Edição e tradução: Carlos Nelson Coutinho, Co-edição: Luiz Sérgio Henriques e Marco Aurélio Nogueira; Rio de Janeiro; Ed. Civilização Brasileira, 2002.

 ______. Cadernos do Cárcere, vol. 5. - Caderno 25 -Às Margens da História (história dos grupos sociais subalternos); Edição e tradução: Carlos Nelson Coutinho, Co-edição: Luiz Sérgio Henriques e Marco Aurélio Nogueira; Rio de Janeiro; Ed. Civilização Brasileira, 20

GRAMSCI, A. Maquiavel, a Política e o Estado Moderno, 8ª edição, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1991.

 ____________. Cadernos do Cárcere - Volume 3 - Maquiavel e notas sobre o Estado e a política. 3ª edição, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2002.

KONDER, Leandro. Walter Benjamin: O Marxismo da Melancolia. Rio de Janeiro, Editora Campus, 2ª ed., 1989.

HOBSBAWM, Eric J. Mundos do trabalho: novos estudos sobre história operária. 4ª ed. rev. Trad. Waldea Barcellos e Sandra Bedran. São Paulo: Paz e Terra, 2005.

 

ST  12 -  Cabresto das palavras: O poder do discurso e o autoritarismo no Sertão Nordestino.


Eline Ehrich Albuquerque  -  Mestre em História Social - UFMA -
professora da rede Municipal de Ensino de Santa Inez - MA
Isaias de Oliveira  Ehrich  - Mestre em Linguagem e Ensino - UFCG -
professor de Língua Portuguesa - EMEIEF Maria Estrela de Oliveira -
Sousa - PB

As práticas autoritárias fazem parte da história política do homem do campo, do Coronelismo a Ditadura Militar o trabalhador rural esteve
submetido ao discurso de poder das oligarquias agrárias. Com advento da Nova História Política, a palavra "poder" passou a ser entendida em sentido mais amplo, não se restringindo somente ao poder do Estado, das instituições ou das elites, mas às múltiplas relações em sociedade. Para Barros (2004), o exercemos também na nossa vida cotidiana, uns sobre os outros, como membro de uma família, de uma vizinhança ou de uma comunidade falante. A Linguagem, nesse aspecto, surge como uma maneira de produzir sentidos "apoiadas nas relações discursivas empreendias por sujeitos historicamente situados" (BRAIT,2008, p 10). Vale ressaltar que "o poder não serve somente para reprimir, mas também para organizar a trama social mediante o uso de saberes, o que é de grande relevância. Segundo Falcon (2011), o poder não é o atributo de alguém que o exerce, mas sim uma relação. Desse modo, as práticas sociais e institucionais constituem-se em saberes que, por sua vez, tornam-se dispositivos políticos que auxiliam os mecanismos do poder. "O 'Poder' é o que exercemos através das palavras ou das imagens, através dos modos de comportamento, dos preconceitos" (BARROS, 2004, p. 7). Desse modo, falar do político na perspectiva da Nova História Política é estabelecer conexões com a noção de poder.
Destarte os discursos políticos que solidificaram as formas de autoritarismo no sertão nordestino, tanto o coronelismo quando durante
a ditadura militar encontram-se ancorados nos discursos de poder das elites políticas. A proposta desse Simpósio Temático é discutir formas e mecanismos de como o poder das oligarquias políticas do país se desenvolveram e se solidificaram no seio brasileiro, sobretudo na Região Nordeste. Portanto, nosso recorte histórico será entre as décadas de 1930 a 1980. Analisaremos trabalhos que abordem esse
discurso tanto no aspecto histórico, quanto literário. 

Referências Bibliográficas:

BARROS, José D'Assunção. História Política: dos objetos tradicionais ao estudo dos micros poderes, do discurso e do imaginário. In: ___.
História. O Campo da História - Especialidades e Abordagens. Petrópolis: Vozes, 2004, 222p

BRAIT, Beth. A personagem. 7. Ed. São Paulo: Ática, 2002.

FALCON, Francisco. História e Poder. In: CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (org.). Domínios da História: ensaios de teoria e
metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 2011, p.55-82.

RÉMOND, René. Uma História Presente. In:___. Por uma história política: Rio de Janeiro: Ed. UFRJ/ FGV, 2003.

 

 

ST 13 -  História Política entre impressos e impressões

Proponentes :

Prof. Phd. Luis C. P. Martins (PUC-RS)

Prof. Dr. Charles Sidarta (IFSUL)

 

O tema da relação entre História Política e impressos (livros, jornais, panfletos, etc.) é altamente relevante para os pesquisadores interessados na dinâmica dos movimentos políticos, dos partidos e mesmo das condições de estabilidade/instabilidades dos governos. Como bem demonstrou Peter Burke, não apenas a difusão, mas especialmente a capacidade de formulação de novas concepções sobre os sistemas de poder sofreu uma revolucionária transformação a partir das mudanças no registro e circulação das ideias e informações derivadas da invenção da imprensa (século XIV). Desta maneira, como indicam diversos estudos, as ideias políticas com efetivo potencial revolucionário tiveram uma forte dependência e imbricação com seus suportes textuais, cujo estudo é necessário para que possam ser efetivamente entendidas (CHARTIER, 2009; ROSANVALLON, 2010; BURKE, 2003; DARNTON, 1987, 1990). De outra parte, variadas pesquisas mostram como a manutenção dos sistemas de poder dependeu do emprego eficiente da capacidade de impressão, tendo em vista que foi por seu intermédio que ideologias, propagandas políticas e mesmo modos de vida legitimadores destes sistemas garantiram a sua manutenção (BURKE, 2003). No Brasil, temos um caso ao menos singular: mesmo sendo um país historicamente com parcelas significativa de sua população iletradas e/ou com consumo limitado das letras impressas, a presença e interferência da imprensa na vida política tem sido uma das mais intensas, ao ponto de muitas análises colocaram os jornais dentre os principais atores políticos em momentos decisivos de sua História (DOMINGOS, 2010; MARTINS, 2016; NEVES, MOREL & FERREIRA, 2006; BARBOSA, 2007, 2010). Desta maneira, o tema da relação entre política e imprensa tem crescido de interesse e recebido atenção de muitos pesquisadores nas últimas décadas. Entretanto, fazendo um balanço desta produção, nota-se que estas abordagens ainda carecem de uma reflexão teórico-metodológica mais aprimorada, na medida em que a maioria das pesquisas tende a se basear em premissas muito limitadoras da análise, como o "paradigma da manipulação" (ALBUQUERQUE, 1998) e a compreensão dos jornais como meros suportes de discursos de poder externos a sua área de produção (ABREU & LATTMAN-WELTMAN, 1996). Em consequência, o Simpósio Temático aqui proposto pretende ser um espaço para trabalhos que tenham como eixo a relação entre a História Política e os impressos em geral, quer sejam estes tomados como fonte e/ou objeto de pesquisa, privilegiando, na medida do possível, a reflexão teórico-metodológica.

 

BIBLIOGRAFIA

ABREU, Alzira. A. & LATTMAN-WELTMAN, Fernando. A Imprensa em Transição: O Jornalismo Brasileiro nos anos 50. Rio de Janeiro Fundação Getúlio Vargas, 1996.

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SODRÉ, N. W. História da Imprensa no Brasil. 4. ed. Rio de Janeiro: Mauad, 1999.

 

CULTURAS POLÍTICAS E SOCIABILIDADES  NO BRASIL OITOCENTISTA

Profª Drª. Serioja Rodrigues Cordeiro Mariano (DH/PPGH/UFPB)

Profª. Drª. Solange P. Rocha (DH/PPGH/NEABI/UFPB)

 Este Seminário Temático tem por objetivo reunir e dialogar com estudos que abordam a política, a escravidão e a cultura, tendo como perspectivas a Nova História Política e a História Socialpara uma melhor compreensão do Oitocentos. Nesse sentido, destacamos os movimentos de contestação política, as relações e hierarquias sociorraciais durante o escravismo, as relações de conflito e negociação entre o localismo e o centralismo, mas também o global - articulações fundamentais para o entendimento da cultura política do período. Por outro lado, a historiografia, ao tratar das culturas políticas, experiências sociais e culturais, tem dado destaque para as relações estabelecidas por grupos familiares, redes de compadrio e arranjos familiares de pessoas negras (livres, libertas e escravizadas), práticas e saberes relacionados à história da educação, da saúde e da doença, festas, corpos militares, sociabilidades, entre outras temáticas. Portanto, a nossa proposta é agregar pesquisas e aprofundar debates acerca das dinâmicas sociopolíticas no período oitocentista, assim como contribuir com o debate historiográfico brasileiro, a partir de trabalhos acadêmicos (pesquisas de estudantes de graduação e de docentes, monografias de conclusão de curso, dissertações de mestrado, teses de doutorado), favorecendo discussões a respeito
de caminhos teórico-metodológicos e reflexões que possibilitam a ampliação do conhecimento histórico sobre o Nordeste do Brasil no século XIX e a atuação de variados segmentos sociais na formação e manutenção do Estado Imperial.

REFERÊNCIAS

 

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Título: Biopolítica:  estado de exceção e práticas de resistências.

Nome do proponente: Telma Dias Fernandes

Titulação: Pós-doutorado pela Università Ca'Foscari di Venezia (IT)/CAPES

Instituição: Universidade Federal da Paraíba

 

Este ST propõe aglutinar trabalhos que contribuam com o debate crítico em torno das práticas biopolíticas e a relação entre as práticas biopolíticas e práticas de legitimação e resistência por parte das populações -, bem como aspectos pertinentes ao conceito de estado de exceção, na perspectiva desenvolvida por Giorgio Agamben. Justifica-se tal proposta, considerando, sobretudo, o momento e a experiência política contemporânea, esta proposta intenta promover debates direcionados para as formas por meio das quais o Estado interfere na vida das pessoas produzindo um controle que incide sobre o tempo e a qualidade de vida, seja no sentido mais evidenciado da vivência material, tais como: aposentadoria, direitos trabalhistas, assistência social; seja quando incide sobre aspectos do processo de conhecimento. Neste último caso, salienta-se, principalmente, o que concerne à estrutura educacional, em quaisquer dos seus níveis. Não raras vezes, as ações estatais se revestem de uma aparente formulação técnica- administrativa que encobre o sentido político das suas ações. A bibliografia básica que norteia a proposta é composta pelos trabalhos de Giorgio Agamben, Roberto Esposito e Edgardo Castro, com ênfase nos seguintes títulos: AGAMBEN, Giorgio. Estado de exceção. Tradução de Iraci D. Poleti, 2ª Ed. São Paulo(SP): Boitempo, 2004 ; ESPOSITO, Roberto. Bios-biopolítica e filosofia. Portugal(PT): Edições 70, 2010 ; CASTRO, Edgardo. Introdução a Giorgio Agamben - uma arqueologia da potência. Tradução de Beatriz de Almeida Magalhães. Belo Horizonte(MG): Autêntica editora, 2012.

 

Palavras-chave: Biopolítica, estado de exceção, resistências.

 

 

 



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